domingo, janeiro 18, 2015

Do céu ameaçador ao inimigo interior

Vendo bem as coisas, e em perspectiva, as ruas do Ocidente são hoje um lugar bem mais seguro do que eram entre 1945 e 1989. Naquele período o céu pesava como chumbo. A qualquer momento podia cair-nos em cima da cabeça uma chuva atómica. Ainda que não esteja afastado o regresso desses tempos, o que temos hoje de mais perigoso são energúmenos à solta com bombas artesanais e armas automáticas que esporadicamente espalham o terror e a morte entre as populações, em acções circunscritas no tempo e no espaço. Não obstante tal adversidade, as sociedades prosseguem funcionando - os cães ladram e a caravana passa. No entanto, agora é a nossa liberdade que periga, porque a cada medida securitária que se impõe para os travar, sacrifica-se um pouco mais da nossa liberdade. Ao extremo, por causa dos terroristas, arriscamo-nos um dia a viver sem liberdade, sem privacidade e sem democracia.

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