sábado, julho 22, 2017

O triunfo dos algoritmos

Quanto mais os trabalhadores funcionam como apêndices das máquinas com que trabalham, menos liberdade de manobra têm, menos importantes são as suas competências e mais vulneráveis se tornam ao desemprego tecnológico. É isso que explica a oposição frequentemente forte dos trabalhadores à introdução das novas tecnologias.

David Harvey, O Enigma do Capital, Bizâncio, 2011, pág. 112

What will happen to the job market once artificial intelligence outperforms humans in most cognitive tasks? What will be the political impact of a massive new class of economically useless people? What will happen to relationships, families and pension funds when nanotechnology and regenerative medicine turn eighty into the new fifty? What will happen to human society when biotechnology enables us to have designer babies, and to open unprecedented gaps between rich and poor?

Yuval Harari, Homo Deus: A Brief History of Tomorrow, HarperCollins, 2017
(realce nosso)

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Já não nos bastavam as ameaças das alterações climáticas, do terrorismo, da proliferação nuclear, entre outras. De acordo com Yuval Harari, sobre todos pairará a ameaça da inutilidade e do desemprego tecnológico. O homem enquanto trabalhador tornar-se-á obsoleto. Cada um de nós age e pensa, diz ele, de acordo com uma espécie de algoritmo bioquímico que será ultrapassado pelos algoritmos artificiais inteligentes que criámos. A criação ultrapassará o criador. A raça humana será extinta pela máquina inteligente. Os futuros humanos não serão humanos, serão outra coisa qualquer. Uma espécie de super cyborg, de homem-máquina, quase imortal. Homo deus em vez de Homo sapiens. Qualquer resistência em relação às novas tecnologias, das quais estamos cada vez mais dependentes, será inútil. Qualquer resistência fará de nós luditas do século XXI. E como sabemos os luditas não foram capazes de travar as máquinas.

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