A América está feita com a sobra da Europa.
Ortega y Gasset, A Rebelião das Massas
Alguns carpem o fim duma Europa impotente, presa nos seus próprios dilemas, paralisada na acção face aos desafios que o mundo lhe coloca e falam duma América activa, o braço forte do Ocidente, como se a Europa fosse uma Grécia decadente e a América uma Roma ascendente. Trata-se de uma falsa ideia. A união dos povos da Europa é coisa inaudita e poderosa. O desejo de adesão à União Europeia, por parte de Estados europeus e até extra-europeus é uma manifestação da força do projecto europeu. Para reforçar o seu papel no mundo, a Europa só tem de trilhar o seu próprio caminho, não contra os americanos, nem contra ninguém. Trata-se de um novo caminho. Um caminho nunca trilhado, repleto de esperança e de futuro. Pensar na União Europeia à luz de um modelo do tipo Estados Unidos da Europa, como se pensou no início, quando se criou a CEE, é um erro crasso. O modelo a seguir é novo, trata-se de uma união de povos distintos e de diferentes nações e não de estados distintos numa só nação.