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sexta-feira, abril 15, 2022

Huntington tinha razão

 

Samuel Huntington, O Choque de Civilizações, 1ª ed., Gradiva, 1999

Afinal foi Huntington quem tinha razão e não Fukuyama.

Do seu livro de 1996:

No entanto, aquela eleição [a presidencial de 1994] levantou a questão de a parte ocidental do país se separar da Ucrânia que estava mais perto da Rússia. Alguns russos concordariam. Como disse um general russo, «em cinco, dez ou quinze anos, a Ucrânia, ou melhor, a Ucrânia Oriental, voltará para nós. A Ucrânia Ocidental que vá para o inferno!» Contudo, essa Ucrânia, uniata e ocidentalista, só seria viável com uma forte e eficaz ajuda ocidental. Porém, tal ajuda só será provável se as relações entre o Ocidente e a Rússia se deteriorarem gravemente para se assemelharem às que existiam no período da guerra fria.

Samuel Huntington, op. cit, pág. 196.


sexta-feira, janeiro 03, 2014

Os Gregos , de H.D.F. Kitto


«A graça e o encanto são os sinais da arte iónica, da mesma maneira que a força e a beleza o são da arte dórica. Para avaliar este facto, basta comparar a arquitectura iónica com a dórica: a leveza geral do estilo iónico, realçada pelas encantadoras volutas dos seus capitéis, oferece um contraste impressionante.»

Kitto, H.D.F., Os Gregos, 3ª ed., Coimbra, Arménio Amado Editora, 1990. Pág. 143.

***

Excelente obra, a de H.D.F. Kitto sobre os Gregos da época clássica. Custa apenas €6,90, mas vale muito mais. Passa quase despercebida nas estantes das livrarias. Feliz o dia em que a folheei curioso. Foi editada pela primeira vez em 1951 (em Portugal, em 1959), traduzida por José Manuel Coutinho e Castro, e revista pela Exma. Senhora Doutora Maria Helena da Rocha Pereira.

Equiparo-a, pelo prazer que a sua leitura me suscita, ao Fogo Grego de Oliver Taplin. A terceira edição d’Os Gregos que ainda resiste nas estantes é de 1990, quando se realizou uma tiragem de 3000 exemplares. Questiono-me, como pode uma obra deste jaez não se ter esgotado durante estes 23 anos? Que sorte ter dado com ela.

quinta-feira, outubro 03, 2013

Civilização e religião

Abro o Livro do Desassossego e leio:

Cada civilização segue a linha íntima de uma religião que a representa: passar para outras religiões é perder essa, e por fim perdê-las a todas. Nós perdemos essa, e às outras também.”

Fernando Pessoa, Livro do Desassossego, Assírio e Alvim, 2013, p. 259

E não era sociólogo.

No cerne de cada civilização encontramos uma religião, se escavarmos bem fundo. Os que estudam as civilizações sabem-no. Fernando Pessoa, que não estudava civilizações, sabia-o. Desestrutura-se aquela civilização cujos membros vão abandonando paulatinamente a linha íntima da religião civilizacional.


É por aqui que podemos tomar o pulso da decadência civilizacional. Qualquer
que seja a civilização.

terça-feira, março 09, 2010

O Eixo do Mal

Multiplicam-se as crianças mutantes de Fallujah. Ver, aqui, aqui e aqui.

Pedem agora às iraquianas de Fallujah para que não tenham filhos. Nada se aprendeu com as bombas atómicas nem com as de napalm. As guerras limpas afinal são sujas. Sujas de morrer. Na verdade, não há guerras limpas. Nunca as guerras foram limpas. Os danos colaterais são os principais danos. Não há vítimas colaterais. Há vítimas. E ainda não nasceram todos os que irão sofrer com a batalha de Fallujah (2004).

Um crime contra a humanidade! Onde se esconde o réu? Por que não o julgam?

Quem é o responsável por tão hediondo crime? Que regime político e económico fomentou tal crueldade?

Afinal, onde passa o Eixo do Mal?

segunda-feira, junho 19, 2006

Os Árabes



Não há como os Árabes para respeitar compromissos.

Heródoto, Histórias, livro 3º, Edições 70, pág. 46.

Há 2500 anos atrás Heródoto fixava um traço característico dos Árabes que ainda hoje persiste.

Por os Árabes honrarem os seus compromissos, são exigentes com quem negoceiam. E quem não honra os compromissos para com eles, não pode depois esperar vantagens.

Durante o século XX quem mais negociou com os Árabes e não honrou os compromissos assumidos?

Os Árabes são negociantes exímios tendo apurado essa qualidade desde eras ancestrais, entre si, na sua relação com povos vizinhos e com povos distantes.

A sua relação com o Ocidente (e com o mundo), quando não era de conflito, sempre se pautou pela negociação. Sempre se tratou de uma relação negociada, de uma convivência negociada.

É o menosprezo por esta realidade que actualmente compromete a relação entre Árabes e Ocidentais.

domingo, fevereiro 19, 2006

Serão os Americanos, os Romanos em ascensão, e os Europeus, os Gregos em decadência?

A América está feita com a sobra da Europa.


Ortega y Gasset, A Rebelião das Massas

Alguns carpem o fim duma Europa impotente, presa nos seus próprios dilemas, paralisada na acção face aos desafios que o mundo lhe coloca e falam duma América activa, o braço forte do Ocidente, como se a Europa fosse uma Grécia decadente e a América uma Roma ascendente. Trata-se de uma falsa ideia. A união dos povos da Europa é coisa inaudita e poderosa. O desejo de adesão à União Europeia, por parte de Estados europeus e até extra-europeus é uma manifestação da força do projecto europeu. Para reforçar o seu papel no mundo, a Europa só tem de trilhar o seu próprio caminho, não contra os americanos, nem contra ninguém. Trata-se de um novo caminho. Um caminho nunca trilhado, repleto de esperança e de futuro. Pensar na União Europeia à luz de um modelo do tipo Estados Unidos da Europa, como se pensou no início, quando se criou a CEE, é um erro crasso. O modelo a seguir é novo, trata-se de uma união de povos distintos e de diferentes nações e não de estados distintos numa só nação.

sábado, fevereiro 11, 2006

O Fim da História e o Choque de Civilizações

As guerras entre clãs, grupos étnicos, comunidades religiosas e nações têm sido prevalecentes em todas as épocas e civilizações porque têm as suas raízes nas identidades dos povos.

Huntington, Samuel, O Choque das Civilizações, Gradiva, 1999, pág. 296.

As duas teses surgidas no final do século XX parecem encerrar uma contradição entre si porque a marca da história tem sido o confronto de civilizações. A Bíblia está repleta de confrontos civilizacionais e Heródoto há cerca de 2500 anos atrás já narrava o choque de civilizações entre o Egipto e a Mesopotâmia, entre Gregos e Fenícios e desde então os confrontos sucederam-se: Gregos e Persas, Romanos e Gregos, Romanos e Cartagineses, Ocidentais e Muçulmanos, Ocidentais e Incas, Ocidentais e Astecas, Chinenses e Japoneses e por aí fora. Por isso, qual é a novidade se actualmente, numa era em que todas a civilizações tem conhecimento umas das outras, existem atritos, choques e conflitos. É a história. E a história continua...

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