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sexta-feira, agosto 27, 2021

A debandada

 A retirada americana (ocidental, para ser mais preciso) é um desastre consumado: um falhanço. A morte de soldados americanos hoje, no festim bombista, devem estar a pesar na consciência de Biden.

O presidente Marcelo relativiza: “Quando há uma retirada assim, todas as soluções são más”. Sim, todas as soluções são más, mas há soluções mais más* do que outras. Uma “retirada assim” tem um nome: debandada.


(*) piores

sexta-feira, agosto 20, 2021

A estranha “reconquista” taliban

 É estranho. Não há contagem de mortos e feridos até agora, sabendo nós que a imprensa sensacionalista aproveitaria logo o facto se os houvesse. Uma reconquista sem mortos.

 

Outra estranheza: uma jornalista americana da CNN calcorreia as ruas de Cabul, incólume, e entrevista alguns talibans. Enquanto isso, a multidão apavorada procura escapar para o aeroporto.

Clarissa Ward, jornalista da CNN em Cabul

Os únicos mortos até agora, parecem resultar do descontrole da multidão e dos que se penduram irracionalmente nos trens de aterragem dos aviões de transporte militar, sendo atropelados na pista, ou caindo do céu. Parece que o pavor mata mais do que as balas.

 

Nas ruas os talibans assemelham-se a lobos no meio de cordeiros, ou melhor, a cães pastores entre os rebanhos. Tentam controlar a multidão. Alguns disparam para o ar, do cimo das pick-ups. Outros açoitam os transeuntes mais recalcitrantes.

 

As bandeiras dos talibans são brancas como a bandeira da paz, mas com inscrições. Fazem lembrar as bandeiras do Daesh, só que essas eram negras.  Questiono-me se as bandeiras dos talibans foram sempre brancas ou se são apenas brancas para esta ocasião. Veremos se as bandeiras brancas não se irão transformar em bandeiras negras até 31 de Agosto, data previamente anunciada para a conclusão da retirada americana.  Ou após essa data.

 

Até agora, a "reconquista" parece um 25 de Abril ao contrário, sem cravos, nem papoilas, na ponta das armas. Um 25 de Abril invertido, sem festa ou adesão popular. Um 25 de Abril que em vez de liberdade carrega servidão e opressão. 


É o querido mês de Agosto da sociedade tribal afegã. Um povo de pastores belicosos, do qual a guerra parece fazer parte dos costumes: chega o Verão, vem a guerra. Parece que para aquela gente a vida não seria a mesma sem ela.

 

Alguns dizem que esta "reconquista" é uma derrota para o império americano. Outros repetem à exaustão o cliché segundo o qual o Afeganistão é o cemitério dos impérios. Será mesmo assim? Creio que exageram.

 

Afinal não houve reconquista nenhuma: os talibans acabaram por ocupar um território que os americanos decidiram abandonar. Não podiam nem queriam ficar lá para sempre. Mas se quisessem ficariam.

segunda-feira, julho 05, 2010

O ocupante

Um soldado americano descansa numa paisagem lunar, no Afeganistão, fronteira do Império.

Os ocupados

Ceifeiros no Afeganistão, onde os bárbaros são contidos, longe do centro do Império.
Mas quem são os bárbaros?

Imagem tirada daqui.

terça-feira, dezembro 01, 2009

Lições do Império

São as guerras longínquas que garantem a paz que nos é próxima. Caso contrário, os bárbaros acamparão às portas da cidade. Esta é uma das lições do Império.

Talibãs

Quando uma bomba cai e os dizima, as suas armas são-lhes retiradas, as televisões são chamadas e por todo o mundo soa nos telejornais a atrocidade, o morticínio dos civis assassinados, por lapso, por mais um piloto equivocado.

Estes talibãs não passam de civis armados.

A Guerra dos Drones

Nos campos poeirentos do Afeganistão ensaiam-se novas armas. É o paraíso da indústria de armamento. Pouco antes da Segunda Guerra Mundial, também os Nazis tiveram nos céus de Espanha um campo de ensaio para os seus bombardeiros, antecipando os campos de batalha da guerra que secretamente preparavam. No Afeganistão, a NATO testa agora toda sua parafernália tecnológica. Os seus drones varrem o céu silenciosos. Penetram furtivos no campo do inimigo e projectam o seu fogo mortal. Alguém os controla remotamente a milhares de quilómetros de distância. Findo o dia retornará a sua casa, para junto da família, após ter sido rendido por mais um camarada. Estes drones são os futuros arrasadores de centrais nucleares. Os iranianos que se cuidem. Novas armas, novas guerras. Como sempre.

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