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terça-feira, novembro 08, 2022

Tendências longas e eternos retornos

 

Os povos que habitam os países frios, especialmente os da Europa, são pessoas de coração, mas têm pouca inteligência e poucos talentos. Mantêm-se melhor em liberdade, pouco civilizados, de resto, e incapazes de governar os seus vizinhos.

Os Asiáticos são mais inteligentes e mais dados às artes, mas nada corajosos, por isso mesmo quase todos sujeitos e sempre sob o poder de algum senhor.

Aristóteles 

Tratado da Política, 2ª ed., Edições Europa-América, 2000, pág. 109-110.

 

Hoje, sorrimos ao lermos estas considerações de Aristóteles, mas há tendências longas, que parecem impossíveis de contrariar no espaço de um só século, e por muita agitação que ocorra, no fim, os povos retornam sempre à linha que percorrem desde tempos imemoriais. Muitos são os povos da Ásia que voltaram a acoitar-se à sombra do “poder de algum senhor”, sujeitando-se a um imperador, déspota ou ditador. São povos incapazes de tomar o destino nas suas próprias mãos e de se revoltar. Em vez disso, fogem se a situação política se tornar adversa. Tivemos, pois, debandadas em vez de revoltas, na Rússia, quando o imperador Putin, o mafioso, decidiu mobilizar os seus concidadãos para uma guerra numa terra estranha. Em relação a muitos povos da Ásia, passados todos estes anos de experiências políticas ao longo do século XX, o que vemos? O regresso do imperador Xi, do imperador Putin, do imperador Kim, do sultão Erdogan, já não falando dos déspotas e reis que ainda ocupam o poder nos países do Médio Oriente e do Golfo Pérsico, em conformidade com uma linha que remonta à origem dos tempos.

 

No Ocidente as coisas não se passaram assim.

quinta-feira, março 31, 2016

Eles querem lá saber de teorias

Na verdade, fazer é aprender.

Aristóteles, Ética a Nicómaco, Quetzal Editores, Lisboa, 2004, p. 43.

***

Mas evitai dar-lhe uma cana de pesca sem ao menos dizer-lhe para que serve ou como funciona, sob pena de a mesma ser arremessada ao mar sem qualquer préstimo. Ouviste, ó construtivista. A teoria não pode ser dispensada, por muito que isso te custe e ainda que os adolescentes tapem os ouvidos às teorias.

Eles querem lá saber de teorias, dizes. Querem fazer. Querem errar. Querem aprender. Eles querem lá saber de teorias. Aprendem por tentativa e erro.

E assim se enche o rio de canas de pesca arremessadas e mal empregadas, digo eu. 

Eles querem lá saber de teorias, de rios e de canas de pesca.

Aconteceu, aconteceu.

Nada do que já aconteceu poderá, contudo, ser ainda objecto de decisão. Ninguém pode ainda decidir se Tróia terá sido destruída. Assim, ninguém delibera acerca do que já aconteceu mas sobre o futuro e o que é possível. Ora já não é possível que o que sucedeu não tenha sucedido. Por esse motivo, diz Agatão correctamente: Apenas disto está até um Deus privado, desfazer o que tiver sido feito.  

Aristóteles, Ética a Nicómaco, Quetzal Editores, Lisboa, 2004, p. 135.

quinta-feira, julho 29, 2010

Aristóteles vs Emerson

Aparentemente, ninguém se torna médico apenas pela leitura de compêndios de medicina.

Aristóteles, Ética a Nicómaco, Quetzal Editores, 2004, pág. 253


Os bons livros substituem as melhores das universidades.”

Emerson citado por Stefan Zweig, O Mundo de Ontem, Recordações de um Europeu, Assírio & Alvim, 2005, pág. 113.


Afinal, em que ficamos?

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