Mostrar mensagens com a etiqueta Hesíodo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Hesíodo. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, agosto 09, 2013

Medusa

Caravaggio, Medusa (1598-99), Galleria degli Uffizi, Florença

De Fórcis, por sua vez, Keto deu à luz as Greias de belas faces
- cobertas de cãs desde o seu nascimento, chamam-lhes Velhas
os deuses imortais e os homens que caminham sobre a Terra,
Penfredo de belos peplos e Enio de peplos cor de açafrão –
e também as Górgonas, que habitam para lá do oceano ilustre,
na fronteira com a noite, na morada das Hespérides de voz cristalina,

Esteno, Euríale e Medusa de fatídico destino.
Esta era mortal, enquanto eram imortais e isentas de velhice
as outras duas. Mas, só a ela conheceu o deus dos cabelos anilados,
Na planície suave, entre as flores da primavera.

 Hesíodo, Teogonia

domingo, junho 16, 2013

Verão quente


Quando o cardo floresce e a sonora cigarra,
pousada na árvore, espalha o melodioso canto,
pela fricção das asas, na penosa estação do calor
nessa altura são mais gordas as cabras e o vinho melhor,
mais ardentes as mulheres e moles os homens;
Sírius abrasa-lhes a cabeça e os joelhos,
fica-lhes ressequida a pele pelo calor. É tempo então
de gozar a sombra de uma rocha, o vinho biblino,
um pão quente de qualidade, leite de cabra que já não amamenta,
carne de vitela apascentada nos bosques, que ainda não pariu,
e de cabritos tenros. Bebe então o vinho rubro,
sentado à sombra, saciado o coração com o festim,
o rosto voltado de frente para a frescura do Zéfiro;
e de uma fonte que corre perene e límpida,
deita três partes de água e a quarta de vinho.
Ordena aos escravos que o trigo sagrado de Deméter
arejem, logo que desponte a força de Oríon,
 em lugar bem ventilado e em eira redonda.

Hesíodo, Trabalhos e  Dias


in Pinheiro, Ana Elias (trad.), Ferreira, José Ribeiro (trad.), Teogonia;Trabalhos e Dias, Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2005, pp. 114-115


(Uma eira redonda perto de Sentinela, no Algarve Oriental)

(O Verão toma de assalto as serras...)

(...e os laranjais).

A primeira foto é da albufeira da barragem do Beliche.

Todas as fotos foram tiradas hoje, 16/06/2013.

sábado, agosto 18, 2012

Perséfone

Bernini, O Rapto de Proserpina (detalhe), 1621-22

Depois, [Zeus] ocupou também o leito de Deméter criadora, que gerou Perséfone de alvos braços, que Hades arrebatou junto de sua mãe; mas o prudente Zeus concedeu-lha.

Hesíodo, Teogonia, 912-914

Será este um fantasma que me mandou a altiva Perséfone, para que eu chore e me lamente ainda mais?
Homero, Odisseia, XI. 213-214

***

Proserpina arrebatada por Plutão: a escultura transmite força e fragilidade – a força de Plutão e a fragilidade de Proserpina. O mármore cede ao toque dos marmóreos dedos de Plutão, que segura Proserpina com todo o cuidado, como se fosse de carne e osso.

sexta-feira, julho 18, 2008

Tomado pela(s) Graça(s)

As três Graças (1505)

Rafael (1483-1520)


As filhas de Zeus e de Eurínome


As três Graças de belas faces gerou-lhas Eurínome,

de aspecto gracioso, filha de Oceano,

Aglaia, Eufrósine e a amável Tália.

Hesíodo, Teogonia

terça-feira, julho 08, 2008

Navegação de Verão

Dependura o timão, bem lavrado por sobre a lareira
e tu próprio espera que chegue a estação navegável.
Então arrasta a rápida nau para o mar e nela coloca
A carga adequada, para que regresses a casa com lucro.
(...)
Cinquenta dias depois de volver o sol
quando chega ao fim do verão, fadigosa estação,
propícia se apresenta a navegação aos mortais: nem tu o barco
despedaças, nem o mar arruina os teus homens,
se, benévolo, Poséidon ou Zeus, rei dos imortais, os não quiserem destruir,
pois neles se encontra o fim quer de bens quer de males.


Hesíodo, Trabalhos e Dias

domingo, maio 18, 2008

Navegação da Primavera


Na Primavera há para os homens outra navegação propícia.

Quando pela primeira vez, qual a marca que a gralha

deixa, ao pousar, assim se tornem visíveis ao homem as folhas

na ponta dos ramos, então é navegável o mar.

Esta é a navegação da primavera. Mas eu não

a recomendo, pois não é grata ao meu coração:

imprevisível, a custo vais evitar a desgraça. Apesar disso,

os homens praticam-na, por ignorância de espírito,

pois a riqueza é a vida para os míseros mortais.

E é horrível morrer entre as ondas. Exorto-te, porém,

a meditar tudo isto em teu espírito, como te digo.

Não ponhas nas côncavas naus todos os teus haveres,

mas deixa a maior parte e embarca a pequena porção,

pois é duro encontrar a ruína sobre as ondas do mar;

duro também se, ao colocar sobre o carro peso excessivo,

partes o eixo, e resulta a perda da carga.

Guarda a medida; a ocasião é em tudo a melhor coisa.


Hesíodo, Trabalhos e Dias


terça-feira, agosto 15, 2006

Trabalho

Trabalho não é vileza, vileza é não trabalhar.

Hesíodo

Etiquetas