Nestes dias caminhei pelo Porto.
Não subi à Torre dos Clérigos, não entrei no Majestic, nem na livraria Lello & Irmão. Infelizmente
as multidões bloqueavam as entradas. Limitei-me a flanar pela cidade, pela
Ribeira e pela Foz. Contemplei o Douro e o Atlântico, mas a maior descoberta foi
o Mediterrâneo. Tropecei na obra por
acaso, na livraria Bertrand, quando folheava as Odes de Horácio, um livro caríssimo que me é caro, e que merece ser
caro, na secção de poesia. O meu olhar desviou-se para outros livros de
poesia mais baratos que lá estavam empilhados. Um livro prendeu-me
a atenção: ostentava na capa o desenho de uma oliveira. Após vários regressos à livraria,
e ao Mediterrâneo, de João Luís Barreto
Guimarães, lá adquiri o livro desse poeta nascido no Porto. É que sempre
que abria o Mediterrâneo o
Mediterrâneo encontrava, em todo o seu esplendor, em todo o seu perfume, em
toda a sua história e em toda a sua dor. O Mediterrâneo estava ali.
Valeu a pena vir ao Porto encontrar o Mediterrâneo.
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