Mostrar mensagens com a etiqueta Niall Ferguson. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Niall Ferguson. Mostrar todas as mensagens

sábado, agosto 02, 2014

Como é que a entidade reguladora não percebeu a existência do “buracão” no BES?

Perguntava hoje a pivot da SIC, Maria João Ruela, ao comentador Marques Mendes: como é que ninguém percebeu que a dívida do banco tenha chegado a este valor? E acrescentamos nós: como é que os auditores não deram por ela? Como é que as entidades reguladoras não viram? Como é que o líder do suposto principal partido da oposição confiou e não desconfiou? Não sabiam eles já de uma prática comum por parte das empresas de auditoria aos bancos auditados?

Ainda que se trate de um livro cheio de hinos laudatórios ao credo mercantil, tendo a verdade sido deixada para notas de rodapé, O Declínio do Ocidente, de Niall Ferguson, lá explica, na transição da página 84 para a 85, fazendo uso parcial de uma metáfora:

Espera-se da regulação que reduza o número e grandeza de incêndios florestais. E, no entanto, ela pode, como já vimos, ter exactamente o efeito contrário. Acontece assim porque o próprio processo político é, em si, também bastante complexo. As entidades reguladoras podem ficar reféns daqueles que deveriam regular, não menos pela expectativa de empregos bem pagos, no caso de o guarda-florestal decidir transformar-se num caçador furtivo. Há outras formas de se tornarem reféns. Por exemplo, quando dependem das organizações que tutelam para obter os próprios dados de que necessitam para o seu trabalho.
Niall Ferguson, O Declínio do Ocidente, Como as Instituições se Degradam e a Economia Morre, D. Quixote. 2014, pp. 84-85 (ênfase nossa).

Seremos todos anjinhos?

sábado, março 01, 2014

Exigem-se conhecimentos de Matemática!

Um dito encimava o portão da Academia de Platão:

“EXIGEM-SE CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA”

Ali não entrava qualquer um.

Aquilo era uma Universidade! Perdão, era a Universidade!

Volvidos cerca de 2500 anos, as universidades do Ocidente são a evidência do declínio da cultura geral* de uma civilização que nasceu na Idade Média, quando os bárbaros deram início à formação de reinos, e não na Antiga Grécia ou na Mesopotâmia, como alguns historiadores anglo-saxónicos nos querem fazer crer, nomeadamente Niall Ferguson**, que no seu "modelo" cria um Ocidente.1, um Ocidente.2, e por aí fora, como se fossem novas versões de uma aplicação informática.

Volvidos 2500 anos, dizia eu, os estudantes de agora, alguns, exigem o direito à humilhação e à praxe, e os governantes, uma Universidade para as empresas.

 Desculpem a má-criação: bardamerda!

--------------------------------------------------------------------------
(*) Sobre este assunto ler o famoso livro do falecido Professor Allan Bloom, The Closing of the American Mind, Simon & Schuster, 1987.

 (**) Sobre isto, ver a sua obra, Niall Ferguson , Civilization: The West and the Rest, Penguin Books, 2011


Ambas as obras encontram-se traduzidas na nossa língua.

segunda-feira, outubro 08, 2012

Em democracia, há sempre alternativa!



«Este é um passo muito importante na construção da paz na Venezuela, da convivência de todos nós! (…)
Quero fazer-vos um apelo à unidade nacional e ao trabalho conjunto! Quero por isso fazer de novo um reconhecimento especial à liderança adversária que não se prestou aos planos desestabilizadores que alguns acarinhavam! É assim que se joga a democracia, impondo a voz da maioria, respeitando a voz da minoria!»

Hugo Chávez à multidão, no seu discurso de vitória, (os sublinhados são nossos). AQUI.

Certos historiadores e opinion makers intelectualmente desonestos, tendenciosos e ideologicamente comprometidos, escrevem as suas histórias deturpadas que a realidade, por vezes, rapidamente se apressa a desmentir. Leia-se, por exemplo, o que escreve o historiador Niall Ferguson sobre o “demónio” Chávez, no seu Civilization, The West and the Rest[1]. É preciso ler esta gente com espírito muito crítico. Queira-se ou não, Hugo Chávez é presidente da Venezuela, democraticamente eleito, num sistema pluripartidário. Não é um ditadorzeco sul-americano, como muitos nos querem fazer crer. É um democrata!

Para que não haja dúvidas, aqui ficam os resultados homologados pela Comissão Nacional de Eleições da Venezuela:

"O candidato Hugo Rafael Chávez Frías, obteve 7.444.082 (54,2%) votos, o candidato Henrique Capriles Radonski, obteve 6.151.544 (44,97%). A candidata Reina Sequera obteve 64.281 votos (0,46%). O candidato Luís Alfonso Reyes 7.372 votos (0,05%). Maria Josefina Bolívar obteve 6.969 votos (com 0,05%) e Orlando Chirinos 3.706 votos (0,02 por cento)", disse, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela.”

É caso para dizer, também entre nós: em democracia, há sempre alternativa!

Basta que o queiramos, sem medo.



[1] Obra editada em Portugal: Niall Ferguson, Civilização – O Ocidente e os Outros, Civilização Editora, 2012.

Etiquetas