Mostrar mensagens com a etiqueta Pandemia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Pandemia. Mostrar todas as mensagens

sábado, abril 17, 2021

3 000 000

 A vez da Índia.


233 943 casos num só dia!



Fonte: India COVID: 14,521,683 Cases and 175,673 Deaths - Worldometer (worldometers.info)

(consultado a 16/04/2021)

domingo, fevereiro 21, 2021

Tempo suspenso


Tempo suspenso

Cavalo suspenso

Terreiro suspenso


Vivemos num tempo suspenso, 

à espera de outro tempo.

domingo, fevereiro 07, 2021

O Inverno do nosso descontentamento

 


Primeiro foi a Primavera do nosso descontentamento, depois o Verão do nosso descontentamento, ao qual se seguiu o Outono do nosso descontentamento.

 

O cinzento e frio Inverno do nosso descontentamento apresenta-se agora, no Terreiro do Paço, vazio no na sexta-feira sábado passado, cerca das 14:00.

 

Estamos quase a concluir um ano de descontentamento. Seria bom que concluíssemos mesmo. 


Já basta de descontentamento.


sábado, janeiro 23, 2021

Tenham vergonha!

Não se entende como há pessoas que, em caso de dúvida, e tratando-se de vidas humanas, ainda assim defendam avançar em vez de esperar, como manda a precaução.

 

Certos liberalóides que nem sabem o que uma escola é, opinaram com toda a ligeireza, que deveriam permanecer abertas, na dúvida em relação ao mal que tal decisão pudesse causar a quem nela trabalha, estuda, aos seus familiares e à sociedade inteira. Como se na escola não laborasse um dos grupos profissionais mais envelhecidos de todos, constituído por muitos e velhos professores, para não falar dos excelentes auxiliares de acção educativa, afadigados a toda a hora, a limpar tampos de mesas, cadeiras, teclados de computadores, baldes do lixo e retretes e a lembrar aos alunos que cubram o rosto com a máscara, ou a desinfectar-lhes as mãos à entrada da escola. Como se os novos professores vivessem como monges, em missão e em mosteiros, isolados das suas famílias e dos seus velhos. Como se as escolas fossem só constituídas por grupos de alunos e crianças. E como se esses alunos estivessem sempre sentados a dois metros uns dos outros. Não, não estão. Estão de ombro com ombro, lado a lado, na mesma carteira, que a lei permite, muitas vezes numa sala abarracada e apinhada, numa escola não intervencionada, e não no colégio de elite frequentado pelos filhos deles, que forma elites e não ralés.

 

Liberalóides que se baseiam nas “sérias dúvidas sobre a vantagem de tal decisão”, dizem eles, para sustentarem a defesa de uma escola aberta, que assim é que o mundo avança. Nem que seja para o abismo, dizemos nós, ou em direcção à doença.

 

 Vantagem!?

 

A dúvida aqui era se a decisão de manter as escolas abertas poderia levar ou não, facilmente, à contaminação e morte de mais alguns. O resto são balelas.

 

Uma dúvida destas não é para brincadeiras. O que manda o princípio da precaução? Se há dúvidas relativas ao passo que se vai dar quanto aos elevados danos que o mesmo possa causar, então mais vale estacar e aguardar.

 

Houve quem sugerisse atempadamente que se prolongasse a interrupção das actividades lectivas do Natal por mais uma ou duas semanas. Não lhe deram ouvidos. Havia que causar uma boa impressão, afinal éramos nós os que iriamos presidir, vaidosamente, ao Conselho da União Europeia. Inchados e impantes anfitriões. Havia que dar uma boa imagem aos dignatários estrangeiros que nos viriam visitar na inauguração – um país de sucesso. Alguns saíram de cá contaminados e apoquentados. Lá foram para o isolamento profiláctico nos seus países natais, acabrunhados.

 

A casa dos vizinhos (Reino Unido, França, Alemanha, Espanha entre outros) já ardia e nós nem mangueira nem extintor. Não nos preparámos atempadamente.

 

Estirpes inglesa, da África do Sul, do Brasil, anunciadas aos quatro ventos e nós aguardando que por cá chegasse a inglesa para tomarmos uma decisão. Que idiotas! Afinal a culpa é do Natal. Pois. Os portugueses portaram-se mal, dizem eles. Fracos os governantes que culpam os governados. Correm agora para as vacinas, os políticos.

 

Esta é a realidade: os decisores não foram prescientes, nem previdentes e o princípio da precaução veio tarde – o passo já tinha sido por eles dado. Agora deram o passo atrás, alegando exactamente, o princípio da precaução. Já fecharam os corredores aéreos com o Reino Unido? Parece que é hoje. O Reino Unido já fechou os corredores aéreos para Portugal há algum tempo. Prescientes. O nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros reclamou outra vez, como sempre, da pronta decisão inglesa. Fechámos os corredores aéreos para o Brasil? Fechámos????

Esta é a realidade: não foram proactivos. Foram sempre, sempre, reactivos. Reagiram sempre, sempre por arrasto. E desde Março que é assim.

Culpam agora portugueses, que se portaram mal. Que foram passear para a praia nos gélidos dias de Janeiro. Não gozem connosco.

E eis-nos agora aqui, no topo do mundo – “o país do mundo com mais mortes por milhão de habitantes (e continua o 1.º em novos casos)” anuncia o Expresso, a 22 de Janeiro. Aqui.

 

Tenham vergonha!

domingo, setembro 20, 2020

Os lacaios do patronato aflito

 Não tardou muito e apareceram logo os sabujos e os lacaios do patronato aflito, nos jornais habituais, a opinar sobre a necessidade de se sair para a rua mesmo em tempo de pandemia, que a saúde de pouco valia face aos mais altos valores da economia. 

 

Ainda crocitam por aí.

quinta-feira, agosto 06, 2020

Uma birra de filósofo


Bernard-Henri Lévi, Este Vírus que nos Enlouquece, Guerra e Paz, 2020.

óóóó

As ideias são mais teimosas do que os factos (pág. 29) e no entanto, afirma Bernard-Henri Lévy, as ideias também morrem, porque vivem da mesma maneira que os seres humanos. (pág. 23) 

Discordamos. A morte é um facto e as ideias sobrevivem-lhe.

E mais adiante afirma:

A velha lua marxista da crise do final do capitalismo misturou-se com a colapsologia. (pág. 42)

ΩΩΩ

As ideias não vivem da mesma maneira que os seres humanos, ao contrário do que diz Bernard-Henri Lévy. Atravessam gerações, vivem para além dos seres humanos que as difundiram. É por isso que a velha ideia marxista, essa lua, nas próprias palavras do filósofo francês, é velha e persiste. Sobreviveu a Marx, assim como o cristianismo sobreviveu a Cristo. As ideias só morrerão com a morte do último homem. Não estamos aí.

Afirma também Bernard-Henri Lévy que os vírus, no fundo, são muito mais a arma de um crime da natureza contra o homem do que um sinal de violência dos homens contra a natureza… (pág. 40). Ora se o filósofo não é favorável à personificação do vírus – o vírus não pensa, nem tem uma intenção - como se depreende da leitura das páginas 38 e 39, já concede que a natureza comete um crime contra o homem. A natureza não comete crimes, dizemos nós, da mesma forma que o vírus também não. O homem é que os comete, se quisermos persistir no dualismo homem/natureza.

Na verdade, o homem é parte da natureza. Exactamente aquela parte que comete crimes, se quisermos. O dualismo homem/natureza é uma simplificação que nos ajuda a ler a realidade, mas não é a realidade.

Concordamos mais com Boaventura de Sousa Santos (2020) quando afirma: “Não se trata de vingança da Natureza. Trata-se de pura auto-defesa.” O homem é o agressor.

Concordamos também com Peter Sloterdijk, que escreveu, na década de 80 do século passado, o seguinte:


A natureza, não humana, defende-se.

Há uma birra de Bernard-Henri Lévy contra a situação em que nos encontramos, como se o homem fosse uma vítima injusta da ira da natureza. Tem todo o direito de pensar assim.

O seu livro é muito interessante, mas que há ali uma birra há.
_________________________________________________
Referências

Bernard-Henri Lévi, Este Vírus que nos Enlouquece, Guerra e Paz, 2020.
Boaventura de Sousa Santos, A Cruel Pedagogia do Vírus, Edições Almedina, 2020.
Peter Sloterdijk, Crítica da Razão Cínica, Relógio D’Água, 2011.

sábado, julho 25, 2020

A reabertura das escolas em tempos de pandemia: três casos




Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/ (consultado a 25 de Julho)


***

A reabertura das escolas em tempos de pandemia é a grande questão política que se coloca neste momento e assim será em crescendo até Setembro. A importância das escolas no funcionamento das sociedades é fulcral. Se houvesse alguma dúvida em relação ao seu papel, esta pandemia contribuiu para apagá-la. De facto, é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança. De acordo com a revista TIME “60% das escolas em 186 países e territórios encerraram devido aos confinamentos, levando a que 1,5 mil milhões de estudantes tivessem de ficar em casa”. Fala-se apenas de estudantes, mas o número avoluma-se quando se pensa em toda a comunidade educativa.

É compreensível a ansiedade de alguns governantes com a reabertura das escolas no Outono. Querem re-normalizar o funcionamento das sociedades e da economia o mais depressa possível. Mas, qualquer precipitação pode ter consequências trágicas, levando ao aumento da difusão dos contágios e, consequentemente, ao aumento exponencial do número de óbitos.

O artigo da TIME ilustra três exemplos de reabertura das escolas, um com relativo sucesso, o dinamarquês, um intermédio, o sul coreano e um que correu mal, o israelita. Olhando para os gráficos da evolução do número de casos por dia são patentes as diferenças entre os três países após a reabertura das escolas, facto que reflecte as diferentes condições com que reabriram.


Em Israel, inicialmente foi seguido o modelo da “bolha protectora”, mas ao fim de duas semanas após a reabertura das escolas a 3 de Maio, as limitações que se colocavam ao tamanho das turmas foram levantadas. O resultado foi o agravamento das situações de contágio entre alunos, professores e comunidade educativa, forçando o governo a fechar as escolas a 3 de Junho.

Seria bom que isto não acontecesse em Portugal, quando as escolas reabrirem em Setembro.

terça-feira, abril 14, 2020

Prescientes

O Presidente Barack Obama (2014), ao contrário do primata que ocupa actualmente a Casa Branca. Ora vejam só.




E Bill Gates (2015), pois claro. Aqui.

Etiquetas