Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/ (consultado a 25 de Julho)
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A reabertura das escolas em
tempos de pandemia é a grande questão política que se coloca neste momento e
assim será em crescendo até Setembro. A importância das escolas no
funcionamento das sociedades é fulcral. Se houvesse alguma dúvida em relação ao
seu papel, esta pandemia contribuiu para apagá-la. De facto, é preciso uma
aldeia inteira para educar uma criança. De acordo com a revista TIME “60% das escolas em 186 países e territórios encerraram devido aos confinamentos, levando a que 1,5 mil milhões de estudantes tivessem de ficar em casa”. Fala-se
apenas de estudantes, mas o número avoluma-se quando se pensa em toda a
comunidade educativa.
É compreensível a ansiedade de
alguns governantes com a reabertura das escolas no Outono. Querem re-normalizar
o funcionamento das sociedades e da economia o mais depressa possível. Mas,
qualquer precipitação pode ter consequências trágicas, levando ao aumento da
difusão dos contágios e, consequentemente, ao aumento exponencial do número de
óbitos.
O artigo da TIME ilustra três
exemplos de reabertura das escolas, um com relativo sucesso, o dinamarquês, um
intermédio, o sul coreano e um que correu mal, o israelita. Olhando para os
gráficos da evolução do número de casos por dia são patentes as diferenças
entre os três países após a reabertura das escolas, facto que reflecte as diferentes
condições com que reabriram.
Na Dinamarca reduziu-se o número
de alunos por turma, formaram-se microgrupos de doze alunos - um modelo a que
chamaram “bolha protectora”. De acordo com a TIME estes grupos “chegavam à escola separadamente, em momentos programados, para a sua chegada não coincidir com a de outros grupos, almoçavam à parte dos demais e tinham as suas próprias áreas de recreio. A todos os alunos se requeria que lavassem as mãos a cada duas horas, mas não tinham de usar máscara. As carteiras foram separadas dois metros umas das outras, todo o material educativo tinha de ser desinfectado duas vezes ao dia, se possível, e aos encarregados de educação não era permitida a entrada no espaço escolar”. Este protocolo foi prosseguido primeiro para os alunos mais novos,
sendo depois generalizado aos alunos dos níveis mais avançados, quando chegou a
sua vez.
Em Israel, inicialmente foi
seguido o modelo da “bolha protectora”, mas ao fim de duas semanas após a
reabertura das escolas a 3 de Maio, as limitações que se colocavam ao tamanho
das turmas foram levantadas. O resultado foi o agravamento das situações de
contágio entre alunos, professores e comunidade educativa, forçando o governo a
fechar as escolas a 3 de Junho.
Seria bom que isto não
acontecesse em Portugal, quando as escolas reabrirem em Setembro.
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