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terça-feira, novembro 15, 2022

Noam Chomsky, sobre a guerra na Ucrânia e o estado do mundo

Consegue ver com mais clareza e lucidez, aos 93 anos, do que muitos comentadores da nossa praça.

domingo, maio 15, 2022

O fogo ateado na Europa Oriental

Atearam um grande fogo na Europa Oriental, pensando que não se queimariam, longe que estavam, do outro lado do oceano (EUA), ou fora da Europa continental (Reino Unido). Os que estavam mais próximos ficariam com incumbência de o apagar, com prejuízo seu e ganho deles. E ateado o fogo, foram lançando mais lenha e mais gasolina. A Europa Ocidental e continental, iria provavelmente sentir algum calor. Talvez se queimasse, quem sabe? A Europa Oriental, arderia. E que conveniente seria para eles uma guerra na Europa e uma Europa a arder.

Findo o mercado do Afeganistão onde permaneceram 20 anos a usar quantidades massivas de armas e equipamento militar, a indústria do armamento tinha de arranjar outro mercado para escoar a sua imensa produção. Além disso, havia ainda que vender excedentes de gás natural. 

Globalização, como é sabido, é acima de tudo interdependência entre países e espaços económicos. Como não poderiam estar os países do centro e leste europeus numa relação de interdependência com a Rússia? Construíram gasodutos e oleodutos, pois então. Interdependência que, se continuasse a aprofundar-se, poderia ser um risco para outros espaços económicos rivais (e os EUA comportam-se como um espaço rival da U.E. no campo económico). Agora vendem quantidades massivas de armas a uma Europa que se rearma e, na verdade, que tem de se rearmar e faz bem em rearmar-se já. Uma Alemanha que se rearma, (compra F-35 aos EUA, e já pensa em encomendar o Domo de Ferro aos israelitas) e que porá a sua indústria e engenharia a produzir e a inventar mais armas. Rapidamente terá armas nucleares, se quiser. Rapidamente se converterá numa grande potência militar. Rezam as Crónicas da Segunda Guerra Mundial* que a Alemanha ao entrar na guerra tinha 57 submarinos, durante a guerra pôs ao serviço 1 111 e no final ainda lhe sobravam 785.

A Europa tem de rearmar-se porque nunca se sabe que tipo de putin se sentará no Kremlin, ou que tipo de trump ou de biden se sentará na Casa Branca. Porque se hoje é Putin, amanhã a ameaça, poderá vir de outro lado. Ou até, de vários lados.

E, além disso, continuamos todos muito "interdependentes" da mui democrática China, respeitadora zelosa dos Direitos Humanos. E que dizer da nossa interdependência com a mui democrática Turquia, um paraíso dos Direitos Humanos, que ocupa o Norte de um país da U.E. e pertence à NATO. Quando Portugal integrou a NATO, no início, estava longe de ser uma democracia. Não nos venham falar agora de um conflito pela liberdade e pela democracia. A Ucrânia tem de lutar pela sua autodeterminação e liberdade contra o opressor russo. Agora tem. Mas este conflito podia ter sido evitado, se tivesse havido mais astúcia, inteligência e vontade. Ainda recordamos uma entrevista de Zelensky, antes do início da invasão russa. Como ziguezagueou o líder ucraniano.

Dizem os brasileiros que as onças se cutucam com varas longas. Neste caso não houve esse cuidado com a onça russa.

Este conflito foi atiçado. Podia não ter sido. As cidades podiam estar de pé e os que morreram podiam estar vivos. A Ucrânia podia ter jogado com o tempo, mas foi colocada ante uma emergência. É uma tragédia, porque, por definição “uma tragédia é um desastre que podia ter sido evitado”**.

A U.E. não pode andar ao sabor dos interesses das grandes potências ou tornar-se um joguete dos Estados Unidos da América. A U.E. não pode ser uma extensão do Império Americano, que nos domina com o seu soft power, nem de nenhum outro. Macron já percebeu isso e os alemães também. E De Gaulle tinha uma certa razão. A França foi passada para trás pelos americanos e ingleses na venda de submarinos à Austrália antes desta guerra ter começado, tal o desespero da indústria de armamento americana, e o chanceler alemão foi humilhado por Biden, quando este, a seu lado, numa conferência de imprensa, respondeu por ele, que fecharia o gasoduto Nord Stream 2 alemão, como se fosse ele o Imperador e o chanceler um procônsul. O chanceler permaneceu sempre calado, mesmo quando antes lhe colocaram a questão.

É disto que a Europa tem de livrar-se: dos ditames dos Putins e dos Bidens (e dos Trumps) deste mundo. Chegou a hora da Europa, e ela sozinha, seguir e determinar o seu próprio rumo.

Aos americanos estaremos sempre gratos pelo sangue que derramaram no passado, nos solos da Europa Ocidental, para a libertarem do imperialismo e do fascismo. Mas os tempos agora são outros, os americanos são outros e a Europa é outra.

_________________________________

(*) AAVV, Grande Crónica da Segunda Guerra Mundial, Vol. 3. Selecções do Readers's Digest, 1978, pág. 458.


(**) Eliot Ackerman, James Stavridis, 2034, 2.ª ed., Penguin Random House, 2022, pág. 251.

sexta-feira, abril 15, 2022

Huntington tinha razão

 

Samuel Huntington, O Choque de Civilizações, 1ª ed., Gradiva, 1999

Afinal foi Huntington quem tinha razão e não Fukuyama.

Do seu livro de 1996:

No entanto, aquela eleição [a presidencial de 1994] levantou a questão de a parte ocidental do país se separar da Ucrânia que estava mais perto da Rússia. Alguns russos concordariam. Como disse um general russo, «em cinco, dez ou quinze anos, a Ucrânia, ou melhor, a Ucrânia Oriental, voltará para nós. A Ucrânia Ocidental que vá para o inferno!» Contudo, essa Ucrânia, uniata e ocidentalista, só seria viável com uma forte e eficaz ajuda ocidental. Porém, tal ajuda só será provável se as relações entre o Ocidente e a Rússia se deteriorarem gravemente para se assemelharem às que existiam no período da guerra fria.

Samuel Huntington, op. cit, pág. 196.


sábado, abril 09, 2022

A União faz a força.




Viva a União Europeia!

Viva Ursula von der Leyen!

É ou não é uma bofetada na cara do Putin?

Onde está o Biden?
Onde está o Boris?

Ursula von der Leyen, honra-me, como cidadão da U.E., ao visitar Kiev durante uma guerra.

A mensagem?! "A Ucrânia pertence à família europeia." 

Alguém tem dúvidas?

sábado, março 26, 2022

O metro por casa


Para quando o Sol?

Para quando a paz?

Para quando a luz?

Para quando a corrida sob o céu limpo?

Para quando o brilho dos teus olhos alegres?

Para quando as brincadeiras no parque?

Para quando os teus braços e abraços?

Para quando, para quando, para quando,

os leves sonhos das noites tranquilas?   

sexta-feira, março 11, 2022

O Grande Portão de Kiev


Kiev resiste! 

Pela liberdade!

Que os teus portões se fechem ante a ofensiva russa.

Que os soldados do pequeno czar esbarrem contra as tuas muralhas.

Que o teu bravo povo os trave

aos portões de Kiev.

Não passarão!
***

(Nota: Mussorgsky era russo. Mas não é o bom povo russo que está aqui em causa, nem a sua rica cultura, que também é europeia. É o pequeno czar imperialista que o oprime e os mafiosos que extraem as riquezas da Rússia, para seu enriquecimento pessoal e empobrecimento do povo russo, paralisado e oprimido por séculos de czarismo e imperialismo. O povo russo precisava de outra revolução que derrubasse este pequeno czar. Se o povo russo não faz a revolução, então que lute o ucraniano contra o opressor e lhe mostre como se liberta um país.)

domingo, março 06, 2022

Louco?!

 

Alguns já começaram a considerá-lo um inimputável ao insinuarem que ensandeceu, que está louco. Putin não é louco. O seu acto de guerra contra a Ucrânia demonstra crueldade. Chamem-lhe assassino. Um frio assassino. Frio à superfície, claro. Nunca se sabe o que lá vai por dentro.

 

Um orgulho desmedido e sem razão. Uma vaidade, presunçosa e imperial. O desejo em tornar a Rússia grande outra vez. Notou-se logo quando rechaçou qualquer ajuda para resgatar o Kursk do fundo do mar, há quase 22 dois anos, no ano 2000, no Mar de Barents. Vários países propuseram ajuda para resgatar o submarino nuclear e tentar salvar os marinheiros que lá estavam, mas Putin, dispensou sempre a ajuda. A Rússia trataria orgulhosamente dos seus. Os marinheiros morreram no fundo do mar.

 

Isto ajuda a perceber o homem. Não lhe chamem louco. A maldade não se deve confundir com a loucura. Os loucos têm sempre algum grau de impunidade.

Putin não é impune.

 

Viva a Ucrânia livre! Vivam os Ucranianos!

domingo, fevereiro 20, 2022

Quem quer muito, muito, uma guerra na Europa?














Uma desilusão.

Primeiro a debandada do  Afeganistão e agora isto.

Mas é preciso vender armas e gás natural. É preciso conquistar os mercados. É preciso conquistar o mundo, principalmente quando se sente o mundo fugir debaixo dos pés.

O Ocidente está dividido e o responsável não é apenas Putin. Os anglo-saxónicos parecem querer forçar uma guerra e enterrar qualquer solução diplomática, ao contrário dos alemães e dos franceses.

Mas por que razão não pode ser a Ucrânia como a Finlândia, que está na U.E. mas não na NATO?

A União Europeia está a ser bem tramada neste jogo.

Enquanto isso lá vão os EUA, exportando inflação.

domingo, fevereiro 08, 2015

Quem quer ver a Europa Continental a arder?

Victoria Nuland ao centro.
Estamos a assistir a uma competição diplomática curiosa relativamente ao conflito ucraniano: enquanto Hollande e Merkel tentam por todos os meios deitar água na fervura e realizam um derradeiro esforço para colocar frente a frente Putin e Poroshenko, em Minsk, os Estados Unidos e o Reino Unido, neste contexto, que exigiria mais recato, pelo menos enquanto se aguarda o desfecho do encontro, não hesitam em lançar gasolina na fogueira. Os seus secretários de Estado, homens de Estado e falcões, apressam-se logo a disparar na direcção da Rússia. Ululantes, ameaçam armar mais ainda a Ucrânia. Comportam-se como enfants terribles nesta história.

Nem a Alemanha nem a França, as potências continentais da Zona Euro, querem um conflito às suas portas. Têm interesses económicos no Leste da Europa, em particular a Alemanha, que está mais perto da frente de batalha. Já os EUA e os ingleses, não observam o conflito da mesma forma, nem, aparentemente, com a mesma preocupação. Os EUA chegam a aborrecer-se com a Velha Europa, hesitante, lenta e burocrática. Tentam passar por cima dela neste processo. Fuck the European Union, lá deixou escapar a Secretária de Estado Adjunta de Obama, Victoria Nuland, ao telefone. Face ao comportamento diplomático americano, parece que essa é a atitude reinante nos bastidores anglo-americanos. Parece que desejam ardentemente que deflagre um fogo maior na Europa Continental.

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