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domingo, janeiro 03, 2010

Teerão

Teerão, 27 de Dezembro de 2009

Aqui luta-se e morre-se pela liberdade. Muitos destes bravos manifestantes pagaram com a vida a ousadia de enfrentar o regime teocrático iraniano.

A multidão mansa assiste.

Talvez este ano soprem ventos de liberdade na terra dos persas. Seria um grande 2010.

segunda-feira, agosto 25, 2008

A maioria silenciosa e as minorias ruidosas

Contramanifestação da Direita a 31 de Maio de 1968.
A maioria silenciosa manifestou-se e a “revolução” terminou.
São as maiorias silenciosas que sustentam as minorias ruidosas. Não existem extremistas, radicais, revolucionários bem sucedidos, sem um núcleo pacífico que tacitamente os apoie. Paz não significa, necessariamente, neutralidade. Sem o apoio da maioria silenciosa, as minorias ruidosas perdem sustentação e as suas causas não vingam. Por essa razão, qualquer guerra contra o terrorismo estará condenada à partida se visar apenas as franjas e deixar incólume o grande cerne que as alimenta continuamente. O nazismo só foi derrotado quando a sociedade que o suportava foi violentamente desbaratada. A sociedade alemã que emergiu da IIª Guerra Mundial foi uma nova sociedade, embora feita com alguma massa da velha. Muitos dos funcionários que serviram a máquina burocrática nazi, passaram a laborar na nova sociedade, nascida das cinzas da antiga.

Contudo, aos revolucionários opor-se-ão sempre conservadores. Não há acção sem reacção e vice-versa.

domingo, maio 11, 2008

As Revoluções

As revoluções são como pedras lançadas à quieta superfície de um lago. Agitam-na, provocam ondas de choque e depois tudo volta a ser como dantes. As águas, passadas as ondas de choque, retornam ao seu sossego. Muitos acreditam nisto e propalam a inutilidade das revoluções. Mas os efeitos das revoluções dependem principalmente da dimensão da pedra que é lançada, ou da rocha, ou do meteorito que cai sobre as águas.

Talvez a sociedade não seja como um lago, mas como um rio. Uma revolução pode mudar o seu curso. Mas mais uma vez depende da dimensão da pedra ou da rocha e da força com que é lançada. Talvez a mudança dependa também da força com que o rio corre.

Talvez o “Maio de 68” tenha sido uma pedra lançada ao charco, assim como o “25 de Abril”. Pois o tempo acabou por trazer o sossego ao limite das águas e já tudo permanece… (ou tudo muda?).

O que é certo é que os revolucionários de 68, quando chegaram ao poder, trouxeram-nos o neoliberalismo. Fizeram tudo ao contrário do que gritaram na rua. Esqueceram os ideais revolucionários na sua acção governativa. Agora festejam apenas a revolução da sua juventude, mas não foram capazes de mudar o curso das águas.

Do “25 de Abril”, passados estes anos, ainda se fazem sentir as suas ondas de choque nas ruas (não é a liberdade uma onda de choque?). Os que nos governaram desde então, porém, repetem os mesmos erros dos governantes de Maio de 68 e adoptaram o neoliberalismo como cartilha.
Pois que se vão, e que dêem lugar a outras gerações. Que venham outras águas. Mais claras.

sábado, abril 26, 2008

O cravo na lapela

Existem formas subtis de desvalorização de um feito histórico, como o 25 de Abril, por exemplo, no discurso e na postura dos que dizem, surpreendentemente, valorizá-lo . Com toda a subtileza no discurso, é possível fazer parecer à populaça que se valoriza tal realização histórica, quando na realidade, no fundo, no mais profundo do ser, se a abomina.
Quando se salienta o desconhecimento da juventude (que tipo de desconhecimento e que tipo de juventude?), em vez de alguma juventude, para os factos ocorridos, mais não se está a dizer de que se trata basicamente, de uma realização que já é coisa do passado, pois que, nem os jovens se identificam com ela, não a comemoram, não a vivem. Como poderia ser doutra forma, se desconhecem a origem da Liberdade? O facto já passou à história portanto. Ou deverá passar na óptica do discursante.
Por outro lado, o valor de determinados símbolos e da sua utilização adequada nos momentos comemorativos, em particular pelos mais altos representantes da nação, na qual se inclui o discursante, é fundamental até como um acto pedagógico de adesão aos ideais que o símbolo representa: a Liberdade, a Democracia, o Desenvolvimento, a Solidariedade, etc.
O discurso e o acto são reveladores de pensamentos e de sentimentos. Mas nem sempre os verdadeiros sentimentos e pensamentos são revelados claramente no discurso. Por outras palavras, nem sempre se diz o que se pensa, nem sempre se pensa o que se diz.
Portanto pergunto, muito singelamente:
Onde está o seu cravo na lapela?

domingo, março 19, 2006

Barricadas em Paris





Há quem desvalorize a contestação nas ruas de Paris, tratando-a como se fosse uma réplica dos movimentos de Maio de 1968, e portanto como se fosse uma farsa (e não um drama). Dizem que os jovens hoje são conservadores e pragmáticos, quando em Maio de 68 eram idealistas. Alguns falam com saudade de Maio de 1968. Aquilo é que era contestação. Agora não.

Maio de 1968 foi há 38 anos. É história. No século XXI as preocupações dos jovens franceses passam pelo seu futuro, e o seu futuro é o da França.

Maio de 68 não foi a mãe de todas as contestações, como alguns nos querem fazer crer, e talvez a actual tenha tanto a ver com a de 1968, como essa tem a ver com a de 1871 .

É longa a tradição das barricadas de Paris (e das manifestações). Maio de 68 não foi a primeira, nem sequer a mais importante. A actual por certo não será a última.

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