Mostrar mensagens com a etiqueta Sexta Extinção. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Sexta Extinção. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, outubro 06, 2023

Não, não é o apocalipse. É a 6ª extinção, pá!

 



O “Apocalipse” é um conceito religioso, uma profecia de São João, um livro da Bíblia. Já a “extinção”, as cinco extinções que precederam a actual, estão cientificamente comprovadas (ao contrário dos apocalipses, sempre desmentidos, porque são baseados numa crença irracional). Infelizmente a situação actual não é um desses apocalipses que poderão vir a ser desmentidos. Seria bom se assim fosse. A situação actual exige planeamento, preparação e acção.

O camarada ali em cima, se pensa que os activistas agem com base numa crença religiosa e obscura, engana-se redondamente. O mundo já se encontra em colapso e ele ainda não reparou (sugiro-lhe a leitura do livro de Jared Diamond, Colapso, Gradiva, 2008).

 

É caso para dizer: “Fia-te na Virgem e não corras, pá!”

 

E não, o capitalismo não vai salvar-nos, como atestam, por exemplo, as extensas áreas dedicadas à lucrativa cultura do abacate, altamente consumidora de água, nos áridos concelhos do Algarve. Um dia destes, ainda vamos ter de decidir se a escassa água disponível nas albufeiras e nos mantos freáticos, vai para os campos de abacateiros e para os campos de golfe ou para a população das aldeias e lugarejos que povoam a serra seca. Impunham-se outras culturas, adaptadas à secura e poupadoras de água, mas a cobiça fala mais alto (nem multas ou ordens do tribunal demovem estes "grandes" agricultores).

 

Entretanto, continua no discurso dos políticos o mantra do “crescimento económico” a todo o custo, custe o que custar, com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, a adiar as medidas conducentes à redução da emissão de gases com efeito de estufa por mais 5 anos, lá para 2035, para não comprometer o “crescimento económico” do seu país. O capitalismo é belo.

 

Deixo aqui algumas notícias destes dias que correm (não, não é um apocalipse).




***


***




quinta-feira, maio 07, 2020

A anormal normalidade

Quando se adiciona estas extinções que nós já causámos àquelas que nós estamos para provocar, é claro que a actual onda de extinção está a ultrapassar a colisão do asteróide que erradicou os dinossauros. (…) Assim, a anunciada crise de extinção não é nem uma fantasia histérica, nem simplesmente um risco sério para o futuro. Em vez disso, é um acontecimento que tem vindo a acelerar há cinquenta mil anos e começará a aproximar-se do término no tempo de vida das nossas crianças.

Jared Diamond (1993), O Terceiro Chimpanzé, Círculo de Leitores. 2014. Pág. 492.

Seria agora uma boa hora para mudar o modelo económico que se baseia no crescimento sem fim do Produto Interno Bruto, no consumo perpétuo de recursos naturais e no consumo infinito de mercadorias, a maior parte delas supérfluas. Sim, agora que a globalização regride parou (embora prossiga dentro de momentos). Seria agora boa a hora para repensar este modelo insano de perpétua acumulação do capital, como se a exploração dos recursos naturais, em particular dos recursos naturais vivos, não tivesse fim nem limites. Seria agora uma boa hora para substituir definitivamente os combustíveis fósseis por fontes de energia alternativas não poluentes, não geradoras de gases com efeito de estufa. Parar de vez a extracção e a combustão de petróleo e de carvão. Mas não. Não aprendemos. Na nossa mira continua o crescimento do PIB acima de 0%, custe o que custar. Objectivo supremo.

É preciso parar com isto.

A extrema poluição atmosférica está de regresso às cidades da Ásia Oriental. Em breve regressará também às outras cidades do mundo industrializado, à medida que os homens vão abandonando os seus bunkers.

E assim regressamos à anormal normalidade.

domingo, julho 16, 2017

Notícias da sexta extinção: o gradual desaparecimento dos leões e de outros grandes mamíferos

Scientists analysed both common and rare species and found billions of regional or local populations have been lost. They blame human overpopulation and overconsumption for the crisis and warn that it threatens the survival of human civilisation, with just a short window of time in which to act.



Assistimos hoje ao rápido desaparecimento dos grandes mamíferos da superfície da Terra, entre os quais carnívoros e predadores como o leão, noticia o The Guardian. A sua presença no planeta não se coaduna com o crescimento demográfico do homo sapiens sapiens e com a crescente necessidade de mais espaço que suporte as suas infinitas necessidades.

Historicamente o leão estava presente nas regiões onde surgiu a civilização e as primeiras aglomerações urbanas, na Mesopotâmia. Foi caçado pelos assírios e foi representado pelos caçadores-recolectores daquela região, muito antes disso. Actualmente, na Ásia, está confinado a uma pequena bolsa na floresta de Gir, no noroeste da Índia.

No séc. VII a.C. o leão era caçado pelos assírios no norte da Mesopotâmia, região que corresponde actualmente ao norte do Iraque e sudeste da Turquia.

Leão representado num pilar de Göbekli Tepe, presumivelmente 
um centro de culto de caçadores-recolectores e um embrião dos
 primeiros assentamentos urbanos, com cerca de 12 000 anos.

Etiquetas