O “Apocalipse” é um conceito religioso, uma profecia de São
João, um livro da Bíblia. Já a “extinção”, as cinco extinções que precederam a
actual, estão cientificamente comprovadas (ao contrário dos apocalipses, sempre
desmentidos, porque são baseados numa crença irracional). Infelizmente a
situação actual não é um desses apocalipses que poderão vir a ser desmentidos. Seria
bom se assim fosse. A situação actual exige planeamento, preparação e acção.
O camarada ali em cima, se pensa que os activistas agem com
base numa crença religiosa e obscura, engana-se redondamente. O mundo já se
encontra em colapso e ele ainda não reparou (sugiro-lhe a leitura do livro de Jared Diamond, Colapso, Gradiva, 2008).
É caso para dizer: “Fia-te na Virgem e não corras, pá!”
E não, o capitalismo não vai salvar-nos, como atestam, por
exemplo, as extensas áreas dedicadas à lucrativa cultura do abacate, altamente consumidora
de água, nos áridos concelhos do Algarve. Um dia destes, ainda
vamos ter de decidir se a escassa água disponível nas albufeiras e nos mantos
freáticos, vai para os campos de abacateiros e para os campos de golfe ou para
a população das aldeias e lugarejos que povoam a serra seca. Impunham-se outras
culturas, adaptadas à secura e poupadoras de água, mas a cobiça fala mais alto
(nem multas ou ordens do tribunal demovem estes "grandes" agricultores).
Entretanto, continua no discurso dos políticos o mantra do “crescimento
económico” a todo o custo, custe o que custar, com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, a adiar as medidas conducentes à redução da emissão de gases com efeito de estufa por mais 5 anos, lá para 2035, para não comprometer o “crescimento económico” do seu país. O capitalismo é belo.
Deixo aqui algumas notícias destes dias que correm (não, não é
um apocalipse).
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