“Este Governo tem de ser mudado, tem de sair!” (aos 17’55’’)
“Durante o salazarismo, nós vivíamos abaixo das nossas possibilidades,
depois do 25 de Abril, vivemos acima das nossas possibilidades, agora o que
o Estado [o Governo] quer é que nós vivamos de acordo com as nossas
possibilidades. Mas como? Reduzindo ao máximo as possibilidades. Não é?
Portanto, isto vai ser uma sociedade esquisitíssima, porque nós não vamos ter
os meios para querer mais. Abaixam-nos as possibilidades e reduzem o Estado,
adaptam o Estado, às possibilidades que são mínimas. Vamos ter um Estado
minimal, realmente. Não é o que nós estamos a ter. Nós estamos a ter um Estado
que é paradoxal, contraditório, porque ele invade tudo e ao mesmo tempo está a
construir a sua própria… está a desmantelar a sua própria estrutura estadual.”
(aos 24’55’’)
(os destaques são nossos)
***
Ora bem, parece que o Governo
está, face ao Estado, a aplicar o velho conceito schumpeteriano de “destruição
criativa”. Já tínhamos percebido: arrasa o Estado para construir um novo à
sua medida, um estado neoliberal. Chamam-lhe reestruturação do Estado ou
reforma, quando na verdade o destroem e desmantelam. Das suas cinzas nascerão
novos amanhãs que cantam, julgarão eles, para usarmos um lugar-comum. São os
amanhãs deles. Estamos perante um governo de revolucionários portanto. Pois bem, contra esta revolução,
só uma rebelião. Uma rebelião pacífica e democrática. Seremos capazes disso, ou
voltaremos a votar nos mesmos de sempre? Esses, os do "arco da
governação".(*)




