«Quando se fala do neoliberalismo, alemão ou
outro, ou seja do liberalismo contemporâneo, obtém-se geralmente três tipos de
resposta.
Em primeiro lugar, esta: do ponto de vista
económico, o que é o neoliberalismo? Nada mais do que a reactivação de velhas
teorias económicas já gastas.
Em segundo: do ponto de vista sociológico, o
neoliberalismo mais não é do que aquilo através do qual passa a instauração, na
sociedade, de relações estritamente mercantis.
Por último: do ponto de vista político, o
neoliberalismo mais não é do que uma cobertura para a intervenção generalizada
e administrativa do Estado, intervenção tão pesada porquanto insidiosa e por se
disfarçar sob os aspectos de um neoliberalismo.»
Michael Foucault (1979), Nascimento da Biopolítica, Edições 70. Lisboa.
2004. Páginas 173-174.
***
Vivemos numa época moribunda, esta do capitalismo tardio
e do neoliberalismo que apodrece. Uma época infértil, incapaz de parir um futuro
esperançoso. Uma época que se arrasta e nos arrasta, incapaz de prometer o que
quer que seja a não ser o sacrifício do presente e a ausência do futuro. É
preciso pôr termo a isto.
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