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Drone X-47B consegue voar sozinho e aterrar, apenas com o auxílio dos
computadores de bordo. Representa um novo paradigma na “arte” da guerra: a
morte e a destruição passarão a ser semeadas, já não por homens armados, mas
por máquinas que operam de forma semi-independente.
Com as novas armas temos hoje a
garantia de que a guerra prosseguirá para além da extinção humana. Já ninguém
as comanda, nem sequer de forma remota. Questionava-se em tempos um académico acerca
da legitimidade das guerras comandadas, já não por militares, mas por civis
que, levantando-se pela manhã, se dirigiam ao local de trabalho: um posto de
controlo remoto, algures nos EUA, onde se comandavam drones que sobrevoavam
terras distantes, fotografando, metralhando e bombardeando se fosse necessário. Ao fim do dia esses funcionários ou empregados regressavam ao
aconchego do lar com o sentimento de missão cumprida, enquanto no distante
Paquistão alguém chorava os seus mortos.
Pois bem, com as novas armas a
questão começa a perder acutilância. No futuro a guerra poderá escapar não só à
alçada dos militares mas também à dos civis. Será coisa de máquinas. Não foi Kasparov
vencido pelo Deep Blue? É o admirável
mundo novo. O pesadelo do Exterminador entre
nós. E ainda que o homem seja varrido da face do planeta, podemos estar
descansados: as máquinas ficarão por cá, assegurando a guerra perpétua.