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domingo, abril 27, 2014

Repudiar, respeitosamente

«Um bom primeiro passo para a libertação da humanidade das formas opressivas de tribalismo seria o de repudiar, respeitosamente, as afirmações daqueles que se encontram no poder, que dizem falar por Deus, ser representantes especiais de Deus, ou terem conhecimento exclusivo da divina vontade de Deus. Incluídos entre estes fornecedores de narcisismo teológico estão os eventuais profetas, os fundadores de cultos religiosos, os exaltados ministros evangélicos, aiatolas, imãs das grandes mesquitas, chefes rabis, rosh yeshivas, o Dalai Lama e o Papa. O mesmo se aplica a ideologias políticas dogmáticas baseadas em preceitos incontestáveis, de esquerda ou de direita, e especialmente quando justificados com dogmas das religiões organizadas. Poderão conter uma sabedoria intuitiva que merece ser escutada. Os seus líderes podem ter boas intenções. Mas a humanidade já sofreu bastante com a história grosseiramente errada contada por falsos profetas

Edward Wilson, A Conquista da Terra: a Nova História da Evolução Humana, Clube do Autor, 2013. Pág. 301

(o destaque é nosso)

Subscrevemos plenamente. Assinamos por baixo.

domingo, abril 13, 2014

E na página 260, reza assim

E na página 260 lá encontramos inesperadamente Portugal, num livro de divulgação científica sobre a história da evolução humana e das sociedades.

Reza assim:

«Estudos adicionais sugerem (mas ainda não o provaram de forma conclusiva) que o nivelamento é benéfico mesmo para as sociedades modernas mais avançadas. Aquelas que mais fazem pela qualidade de vida dos seus cidadãos, da educação aos cuidados de saúde, do controlo do crime à preservação da auto-estima colectiva, são as que têm uma diferença menor entre os rendimentos dos cidadãos mais abastados e dos mais pobres. Entre 23 dos países mais ricos do mundo e estados individuais dos EUA, de acordo com uma análise de 2009 efectuada por Richard Wilkinson e Kate Picket, o Japão, os países nórdicos e o estado americano de New Hampshire têm simultaneamente o mais estreito diferencial de riqueza e a média mais alta de qualidade de vida. No fundo da tabela estão o Reino Unido, Portugal e o resto dos EUA.»

Edward Wilson, A Conquista da Terra: a Nova História da Evolução Humana, Clube do Autor, 2013. Págs. 259-260.
(o destaque é nosso)
***

Nem quando nos embrenhamos na leitura de um livro de divulgação científica de um entomologista escapamos ao opróbrio de constatar que somos (éramos em 2009 e somos ainda) uma das mais desiguais sociedades do mundo. Nem a leitura de uma obra que julgávamos afastar-nos da espuma dos dias, consegue afinal alhear-nos desta vil realidade, cada vez mais cavada pelas “elites” terratenentes e reaccionárias que nos dirigem. É tão evidente que salta à vista. Até nos livros de divulgação científica de um entomólogo! Lá está, na página 260: o nome do meu país. Ah, mas ombreamos com esses países que são a cumeada do capitalismo neoliberal mais extremo, civilizadíssimos, os países do tea party e dos lords: o Reino Unido e os EUA (o resto).

Ah, grande piolheira!

***

Sorrio quando verifico que à luz neoliberal, todo o livro é sobre uma quimera, uma abstracção, uma coisa que não existe: a evolução das sociedades. Nas palavras da ida, mas não saudosa Margaret Tatcher, a sociedade é uma abstracção, é coisa que não existe. Cá está então um livro sobre a evolução de coisa nenhuma.


E quando vejo o meu país, assim contextualizado, aflora-me sempre à memória aquele verso do O’Neil "...ó Portugal, se fosses só três sílabas de plástico, que era mais barato!"

sábado, agosto 03, 2013

Entretanto na Terra

       Um sapo, algures na Terra (Indonésia).                                 Foto de: Penkdix Palme et al.

«A humanidade não precisa de uma base lunar ou de uma viagem tripulada a Marte. Precisamos de uma expedição ao planeta Terra, onde provavelmente menos de 10 por cento das formas de vida são conhecidas da ciência e, delas, menos de 1 por cento foram estudadas para além de uma simples descrição anatómica e de algumas notas sobre a sua história natural.»


E. O. Wilson, A Criação, Um Apelo para Salvar a Terra, Gradiva, 2007, p. 155.

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