Mostrar mensagens com a etiqueta Hugo Chávez. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Hugo Chávez. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, março 05, 2013

quarta-feira, outubro 17, 2012

Chavez, o democrata & Bashar, o assassino

Tão depressa Chavez galvaniza, como rapidamente decepciona. Na sua fúria cega contra os EUA, acaba por apoiar criminosos de guerra como Bashar-al-Assad, e logo na primeira conferência de imprensa após o início do terceiro mandato da sua presidência. Diz que “Bashar é o governo legítimo”. Mas quem o legitimou? Diz que apoiar o Conselho de Transição é o mesmo que apoiar terroristas. Como se Bashar não fosse o verdadeiro terrorista. Diz que o Conselho de Transição anda a matar gente. E Bashar, que tem a maior força do seu lado – a força dos militares da Síria, incomparavelmente maior do que a do Conselho Nacional Sírio -, não anda a matar gente?

Bashar-al-Assad é um ditador, filho de um ditador a quem sucedeu após a morte, o seu pai Hafez al-Hassad, e governa Síria como se fosse um rei – uma espécie de rei Herodes da nossa Era -, mas a Síria não é um reino. Onde reside a legitimidade de Bashar-al-Assad? Numa reeleição (?) realizada em 2007, em que o seu partido concorreu sozinho?

Era bom que não nos esquecêssemos de como tudo isto começou.

Postamos aqui, a 11 de Junho de 2011, quando o povo sírio se começava a manifestar nas ruas e cidades por liberdade e democracia e começava a ser alvejado a mando do Bashar. Postámos aqui em Fevereiro de 2012, quando o povo sírio morria nas ruas e aqui quando já lutava nas ruas. Desde então a mórbida contabilidade do número de mortos não tem parado de aumentar e já ultrapassa os 30 000. Podíamos não ter chegado aqui. Bashar podia tê-lo evitado, se amasse verdadeiramente a Síria. Infelizmente, como todos os déspotas, ama mais o poder.

Reiteramos portanto, e mais uma vez, o nosso asco perante tal criatura que persiste em não abandonar o poder na Síria. A vida dele não vale a de uma criança síria. A força estava e está do lado dele. Por isso era ele que tinha a obrigação moral de abandonar o poder e convocar eleições justas e pluripartidárias. Não o fez. Preferiu avolumar a “bola de neve” da violência e das vítimas dum conflito que entretanto se tornou numa guerra civil. Há terroristas entre os opositores ao governo sírio? Agora há e cada vez mais. Não foi sempre assim. Mas Bashar-al-Assad supera-os a todos. Podia ter evitado a que chegássemos a este ponto mas não o fez. Preferiu ficar, preferiu matar.

Por isso, se vem agora o Chavez dizer os disparates que diz em apoio a Assad, isso só lhe fica mal. Mas não nos admiremos de ver democratas apoiarem ditadores. Esta é a realpolitik do mundo. Não apoiaram os democratas americanos, o general Pinochet? Não foram os democratas europeus dar apertos de mão, noutros tempos, a Kadhafi na sua tenda, na Líbia, ou não o acolheram na sua casa? E depois, não foram esses mesmos democratas que o mataram?

E assim aprendemos que uma coisa é a realpolitik e a outra é a nossa posição, que ainda pensamos pela nossa cabeça.

Bashar-al-Assad é um criminoso de guerra, os factos comprovam-no, e essa é a nossa convicção.

segunda-feira, outubro 08, 2012

Em democracia, há sempre alternativa!



«Este é um passo muito importante na construção da paz na Venezuela, da convivência de todos nós! (…)
Quero fazer-vos um apelo à unidade nacional e ao trabalho conjunto! Quero por isso fazer de novo um reconhecimento especial à liderança adversária que não se prestou aos planos desestabilizadores que alguns acarinhavam! É assim que se joga a democracia, impondo a voz da maioria, respeitando a voz da minoria!»

Hugo Chávez à multidão, no seu discurso de vitória, (os sublinhados são nossos). AQUI.

Certos historiadores e opinion makers intelectualmente desonestos, tendenciosos e ideologicamente comprometidos, escrevem as suas histórias deturpadas que a realidade, por vezes, rapidamente se apressa a desmentir. Leia-se, por exemplo, o que escreve o historiador Niall Ferguson sobre o “demónio” Chávez, no seu Civilization, The West and the Rest[1]. É preciso ler esta gente com espírito muito crítico. Queira-se ou não, Hugo Chávez é presidente da Venezuela, democraticamente eleito, num sistema pluripartidário. Não é um ditadorzeco sul-americano, como muitos nos querem fazer crer. É um democrata!

Para que não haja dúvidas, aqui ficam os resultados homologados pela Comissão Nacional de Eleições da Venezuela:

"O candidato Hugo Rafael Chávez Frías, obteve 7.444.082 (54,2%) votos, o candidato Henrique Capriles Radonski, obteve 6.151.544 (44,97%). A candidata Reina Sequera obteve 64.281 votos (0,46%). O candidato Luís Alfonso Reyes 7.372 votos (0,05%). Maria Josefina Bolívar obteve 6.969 votos (com 0,05%) e Orlando Chirinos 3.706 votos (0,02 por cento)", disse, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela.”

É caso para dizer, também entre nós: em democracia, há sempre alternativa!

Basta que o queiramos, sem medo.



[1] Obra editada em Portugal: Niall Ferguson, Civilização – O Ocidente e os Outros, Civilização Editora, 2012.

Etiquetas