Praia Verde AMCD ©

Após ter partido do México e viajado pelo mundo fora nos mais sumptuosos paquetes e em linhas aéreas de primeira classe, ei-lo que chega. Aliás, já se encontra entre nós, o vírus turista, o vírus global (a globalização dos vírus e das bactérias antecedeu a do capital financeiro). E nós, portugueses, afamados na arte de bem receber, acolhemo-lo de braços abertos, que doutra forma não pode ser.
Quando os médicos regressarem das suas férias, aguardá-los-ão urgências repletas de receosos autóctones, não vá a sua gripe ou constipação ser uma gripe porcina. E aos professores, kits de máscaras e escolas hesitantemente abertas, entre aflições de progenitores necessitados de depositar as suas crias nalgum lugar (que seja uma escola!). E aos alunos, rotinas de descontaminação e diversão. E aos patrões, pesadelos de quarentenas. E aos juízes, novas protelações. E aos políticos, cómicas sessões de deputados embuçados.
Passaremos a cumprimentar-nos com um olá fugidio e apressado (nada de beijos e apertos de mão e cuidado com as maçanetas!). Aumentará a frequência acumulada de infectados, sempre noticiada como um número absoluto que cresce em progressão geométrica, quando todos nós sabemos, que aos primeiros já a gripe não incomoda.
Agosto aproxima-se do seu auge e perfilam-se já algumas questões com as quais os portugueses vão andar enleados a partir de Setembro para além das suas eternas dúvidas existenciais, como por exemplo, a de saberem quanto dinheiro terão nos bolsos ou se é desta que ganharão o euromilhões. Com certeza as suas cabeças, algures nesta silly season, já foram perpassadas por estas interrogações: