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sexta-feira, setembro 16, 2016

Colher nos campos do saber

Cícero inventou o conceito de «cultura», ainda hoje válido, ao comparar o cultivo da alma com o cultivo dos campos e, para ele, era óbvio que a literatura era a melhor maneira de cultivar o campo da alma.

Em ambos os campos, o cultivo faz-se porque há a perspectiva de crescimento. Por consequência, ler é como colher nos campos do saber.


Peter Sloterdijk, Morte Aparente no Pensamento, Relógio D’Água, 2014 , pág. 72.

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Dos distantes campos romanos brotou a palavra “cultura”. Marcus Tullius Cícero (106 a.C. – 43 a.C.) foi quem lhe deu nome. O nome que ainda lhe damos.

terça-feira, julho 09, 2013

Dilemas

«Cícero (106 a.C. – 43 a.C.) viveu um dos períodos mais gloriosos e perigosos da história. Por todo o mundo romano, os homens tiveram de enfrentar o maior dos problemas políticos, nomeadamente, como viver simultaneamente em paz e liberdade. À maioria dos romanos parecia, durante o transcendental meio século que precedeu à queda da República e ao triunfo de Augusto, que se tinha de escolher entre esses dois bens políticos, ambos da maior importância.

Pode-se ter liberdade, mas para isso há que sacrificar a paz. Inevitavelmente surgiriam conflitos, assim parecia, entre homens que eram livres para perseguir os seus objectivos próprios e divergentes. Também se podia ter paz, mas havia que sacrificar a liberdade, doutra forma, como poderia sobreviver a paz se não se impusesse desde cima um poder supremo que seria o único verdadeiramente livre, enquanto todos os demais sofriam o jugo da tirania?»

Charles Van Doren, Breve Historia del Saber, Editorial Planeta, 2011*
Traduzido do espanhol por AMCD

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O actual dilema português (um falso dilema) parece colocar-se entre a riqueza e a liberdade. Ou escolhemos a liberdade, abdicando de uma riqueza emprestada, porque não é a nossa, ou escolhemos a riqueza emprestada e abdicamos da nossa liberdade, porque teremos para todo o sempre de responder às exigências dos nossos credores e de lhes prestar contas. E querendo ter as duas, a riqueza e a liberdade, corremos o risco de perder as duas. O melhor será sempre libertar-nos desse lastro que é a riqueza emprestada.

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PS - A Breve Historia del Saber de Charles Van Doren está a ser uma agradável leitura. Desconhecia, até escrever este post que existia uma edição em português. Descobri ainda um interessante post de Carlos Fiolhais  sobre o livro e o seu autor, no blogue De Rerum Natura. A leitura prossegue.

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*Edição em português: Charles Van Doren, Breve Historia do Saber, Caderno, 2008

domingo, agosto 22, 2010

«Pode muito bem acontecer que alguém pense bem, mas não seja capaz de exprimir com correcção aquilo que pensa; mas isto de uma pessoa pôr por escrito as suas reflexões, quando não sabe dar-lhes ordem nem brilho, nem aliciar o leitor com um certo encanto, é de quem abusa desmedidamente do vagar que tem e das letras.»

Cícero, Tusculanas, 45 a.C.

Citado por Maria Helena da Rocha Pereira, Estudos de História da Cultura Clássica, II Volume – Cultura Romana, 3ª Edição, Fundação Calouste Gulbenkian, 2002. Pág. 130.

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