Mostrar mensagens com a etiqueta Rentes de Carvalho. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Rentes de Carvalho. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, dezembro 06, 2016

O Futuro

Seria lindo que se tivesse realizado o sonho de vivermos num mundo sem fome, com diferenças materiais e sociais menos gritantes. Mas os profetas que no-lo prometeram, e se fizeram pastores do rebanho, foram mais prontos a pegar o cajado e a chamar a si os benefícios. De forma que a revolução anunciada não veio e jamais virá. Os abastados terão os meios para partir e colonizar novos e mais confortáveis planetas, abandonando neste a massa que lentamente irá apodrecendo, afogada na sua própria sujidade.

Rentes de Carvalho, A Ira de Deus sobre a Europa, Quetzal, pág. 137

***

Uma espécie de Elysium.


domingo, dezembro 04, 2016

Respeito

Recuso odiar o meu semelhante, discriminá-lo, suspeitá-lo, ameaçá-lo. Importa-me pouco em que divindade acredita, e nada me interessam os seus hábitos e rituais. Mas dele espero reciprocidade no respeito que lhe tenho e na dignidade que lhe reconheço.

Rentes de Carvalho, A Ira de Deus sobre a Europa, Quetzal, 2016, pág. 241.

***

Nada de confusões1.

O respeito vale mais, muito mais, do que a simples tolerância.

O assunto já aqui foi abordado.

Um excelente livro - A Ira de Deus sobre a Europa - e uma excelente análise, a de Rentes, sobre a mudança num país sito no coração da Europa, e sobre o futuro deste continente e quiçá do mundo.

Ainda voltaremos a falar dele.

E, diga-se de passagem, uma excelente capa.

----
(1) - A Ira de Rentes, está longe de ser uma imprecação contra o "politicamente correcto" ou contra o multiculturalismo. 

sexta-feira, novembro 25, 2016

O sacrilégio do Rentes

Rentes cometeu um sacrilégio. Esse, o de juntar numa só frase, as palavras “refugiado” e “terrorismo”. O sacrilégio de pensar pela sua própria cabeça. O sacrilégio de considerar o “politicamente correcto” uma obnubilação aos que ousam exprimir livremente um pensamento claro e limpo, livre de conspurcações ideológicas e modas correntes.

Ora um pensamento livre não se deixa agrilhoar pelo "politicamente correcto".

Cá vai:

 Com os seus atentados e degolações, o terrorismo bastaria como séria ameaça, mas mesmo sem violência, pela simples presença e número, os refugiados contribuirão igualmente, senão para destruir a Europa, de certeza para abalar os seus alicerces, transformar as suas instituições, desestabilizar o equilíbrio e a variedade das sociedades que a compõem. Os refugiados do Médio Oriente não conhecem mais do que os regimes tirânicos e autoritários que, malgrado as suas imensas riquezas, só produzem sofrimento, atraso e miséria.

Será então razoável esperar que gente nada e criada nesses ambientes seja capaz, ou deseje, abraçar os nossos valores de liberdade e respeito quando, apesar do sofrimento, eles, como muçulmanos, consideram o seu modo de encarar a vida o único possível? E a sua religião única e obrigatória?

Rentes de Carvalho, A Ira de Deus Sobre a Europa, Quetzal, 2016, pág. 13.

segunda-feira, julho 07, 2014

Portugal, A Flor e a Foice, de J. Rentes de Carvalho

O livro de J. Rentes de Carvalho, Portugal, A Flor e a Foice, projecta uma luz de holofote sobre um período histórico, que agora alguns querem branquear em novas historiografias. Ao lê-lo tudo fica mais claro. Escrito em cima dos acontecimentos, mas em dois espaços diferentes, Portugal e Holanda, o que lhe confere quase simultaneamente a proximidade e a distância necessárias a uma visão clara, livre de contaminações revisionistas, não se coíbe de chamar os bois pelos nomes. Ao contrário de uma certa História de Portugal que por aí foi contada em fascículos – refiro-me àquela que foi coordenada por Rui Ramos e companhia -, em que não se ousa chamar ao Estado Novo de Salazar, aquilo que ele realmente foi, um regime fascista, Rentes coloca-os – a Salazar e ao estado Novo - no seu devido lugar, entre os regimes fascistas europeus. Finda a leitura, o sentimento é de gratidão para com o homem, pela leitura prazerosa e por clarificar em momento oportuno o que muitos por aí nos querem ocultar ou confundir, trocando as voltas à história.

***


O general António de Spínola, primeiro presidente da IIIª República, lutou na Guerra Civil de Espanha ao lado dos franquistas, como voluntário, e esteve ao lado dos nazis, com as tropas alemãs do general Von Paulus, em Estalinegrado. É caso para dizer “Herr von Spínola”, como lhe chama Rentes, num capítulo que lhe é dedicado. Não deixa de ser uma ironia que o primeiro presidente após o 25 de Abril de 1974 tenha estado com os nazis e com os franquistas, num dos períodos mais negros na história da Europa e do mundo.

Etiquetas