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quinta-feira, maio 19, 2016

Odiosa vingança

Levadas ao excesso, as vinganças dos homens tornam-se odiosas aos deuses.

Heródoto
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Fonte: Heródoto, Histórias – Livro 4º, Edições 70. 2000. Pág. 154.

quarta-feira, março 05, 2014

Pais e filhos, na paz e na guerra.

Pois ninguém é tão insolente que a prefira [a guerra] à paz. Nesta os filhos enterram os pais, mas naquela [na guerra] são os pais que enterram os filhos.”

Palavras de Creso dirigidas a Ciro, Rei dos Persas

Heródoto, Histórias, Livro I, Edições 70, 1998. pág. 118.

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E, dizemos nós, salvaguardando as devidas diferenças, que na paz, os filhos são apoiados pelos pais na juventude; e os pais, na sua velhice, são apoiados pelos filhos. Assim deveria ser.

Mas não é isso que hoje está a acontecer neste triste país. Nesta paz que apodrece, também são os pais que na sua velhice se vêm obrigados a apoiar os filhos, mesmo quando estes já são adultos ou quase velhos.

sábado, janeiro 11, 2014

Homens excelentes, homens felizes

Por estes dias da morte de Eusébio, lembrei-me desta velha história:

Cleóbis e Bíton
Museu Arqueológico de Delfos 
«Por estas razões, pois, e pelo desejo de ver terras, Sólon saiu do país e foi visitar Amásis ao Egipto e Creso a Sardes. À sua chegada, foi hospedado por Creso no seu palácio. Depois, no terceiro e no quarto dia, por ordem de Creso, os servidores passearam Sólon pelos tesouros e mostraram-lhe toda a riqueza e opulência aí existentes. Depois de ter observado e examinado tudo, quando considerou o momento oportuno, Creso perguntou-lhe: “Hóspede ateniense, até nós chegaram muitas vezes relatos a teu respeito, por causa da tua sabedoria e das tuas viagens como, por amor à sabedoria, tens percorrido toda a Terra, levado pela curiosidade. Vem-me agora o desejo de te perguntar se já vistes alguém que fosse o mais feliz dos homens.” Interrogou-o dessa forma, na esperança de ser ele o mais feliz de todos, mas Sólon, sem qualquer lisonja e com sinceridade, reponde: “ Sim, ó rei, Telo de Atenas”. Surpreendido com a resposta, Creso perguntou com interesse: “Porque julgas que Telo é o mais feliz?” E ele explicou: “Natural de uma cidade próspera, por um lado, teve filhos belos e bons e de todos eles viu nascerem filhos e todos permaneceram com vida; por outro, depois de gozar uma vida próspera, para o nosso meio, teve o mais brilhante termo da vida. Declarada a guerra pelos atenienses contra os seus vizinhos de Elêusis, ele acorreu em auxílio, provocou a fuga dos inimigos e morreu da forma mais gloriosa. Os Atenienses sepultaram-na com exéquias públicas no próprio local em que tombou e tributaram-lhe grandes honras”.


Como Sólon, ao falar das muitas prosperidades de Telo, incitara Creso, este perguntou quem, dentre os homens que ele vira, seria o segundo depois de Telo, imaginando obter de certeza pelo menos o segundo lugar. Mas Sólon respondeu: “Cleóbis e Bíton. Estes de facto, que eram de raça argiva, tinham suficientes meios de subsistência e eram, além disso, dotados de grande força física. Os dois foram igualmente atletas vencedores e deles conta-se ainda a seguinte história. Numa altura em que os Argivos celebravam a festa em honra de Hera, tornava-se absolutamente necessário que a sua mãe fosse levada num carro ao templo, mas os bois não chegaram a tempo do campo. Constrangidos pela falta de tempo, os jovens submeteram-se eles próprios ao jugo, puxaram o carro em que sua mãe se colocara e, numa distância de quarenta e cinco estádios, transportaram-na até ao santuário. Depois de fazerem isto, sob os olhares de toda a assembleia, sobreveio-lhes o melhor termo de vida, e neles mostrou a divindade ser melhor para o homem morrer do que viver. Os Argivos, rodeando os jovens, elogiavam a sua força e as Argivas a mãe que tais filhos teve. Ela, cheia de júbilo pela façanha e pelos elogios, de pé diante da estátua, pediu que a deusa concedesse aos seus filhos Cleóbis e Bíton, que tanto a haviam honrado, o melhor que um homem pode obter. Depois desta prece, uma vez realizados o sacrifício e o banquete, os jovens adormeceram no próprio templo e não se levantaram mais. Foi esse o fim que tiveram. Os Argivos ergueram-lhes estátuas que consagraram em Delfos como homens excelentes que eram.”

Heródoto, Histórias (Livro 1º), Lisboa, Edições 70, 1994, pág. 74 e 75.

Sólon, é claro, foi rapidamente despedido pelo indignado Creso, "sem dele receber qualquer palavra".

Telo de Atenas, Cleóbis e Bíton, eram homens excelentes para os gregos e tiveram o tratamento devido aos homens excelentes: após a morte, foram sepultados com exéquias públicas e ergueram-lhes estátuas consagradas em templos sagrados. 

segunda-feira, março 19, 2007

Das multidões...

29. Os melhores escolhem um só bem em troca de todos os outros, a glória eterna em troca das coisas mortais. A multidão sacia-se como as manadas.

Heraclito, Fragmentos
Com efeito, nada há de mais insensato do que uma multidão inútil, nada há de mais insolente.
Heródoto, Histórias (livro 3º)

sexta-feira, agosto 04, 2006

Insolentes os que fazem a guerra

«Creso, quem dentre os homens te convenceu a invadir o meu país e a fazer de ti um inimigo meu, em vez de um amigo?» E ele respondeu: «Ó rei, eu fiz isto para tua fortuna e meu infortúnio. O culpado disto foi o deus dos Helenos, que me induziu a entrar em guerra. Pois ninguém é tão insolente que a prefira à paz. Nesta os filhos enterram os pais, mas naquela são os pais que enterram os filhos. Mas talvez fosse grato a um deus que as coisas assim acontecessem».
(resposta de Ciro a Creso)
Heródoto, Histórias, livro 1º
Insolentes os que fazem a guerra, induzidos pelos deuses e pelas irracionais paixões dos homens. Acabam por tornar-se vítimas das suas acções, porém, não sem antes vitimizarem os inocentes.

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