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segunda-feira, dezembro 20, 2010

Quando o “terceiro mundo” acordar

Um polícia persegue uma operária de uma fábrica de roupas que se manifestava com outras em Dhaka, no Bangladesh. Exigiam aumentos salariais.

Esta imagem, de 13 de Dezembro, é mais um sinal do início de uma nova Era. Uma Era em que os trabalhadores dos países em desenvolvimento se tornam reivindicativos e conscientes da exploração que lhes é movida pelas multinacionais e pelos capitalistas, ávidos de lucro.

É certo que o Estado e os seus governantes, corruptos e corrompidos, ao serviço dos interesses dos capitalistas e das multinacionais, pode enviar a polícia para bater nos trabalhadores, os mesmos trabalhadores que, com as suas contribuições e impostos, pagam o salário dos polícias. Mas, a pressão reivindicativa será imparável.

Quando essa pressão se tornar insuportável, para onde fugirá o capital então? Para África? Regressará ao Ocidente?

Onde irá procurar a mão-de-obra barata?

quinta-feira, abril 29, 2010

Desmistificando a credibilidade das agências de rating

Como é óbvio existe uma a promiscuidade entre os bancos e as agências de rating. Essas a que os nossos governantes dão ouvidos, em particular o nosso Ministro dos Bancos, que parece acreditar piamente nelas, o “santinho”.

Diz e bem Daniel Oliveira no Expresso e no Arrastão:

Vale a pena recordar que foram estas agências que só se aperceberam da catástrofe financeira do Dubai quando ela chegou aos jornais. Que deram uma excelente nota à Islândia na véspera do país ter entrado em falência. Que avaliaram com um triplo A o que agora chamamos de activos tóxicos. E aí estão a dar conselhos aos investidores sobre a credibilidade das contas dos Estados.

Ao darem ouvidos a tais agências os nossos governantes mais não estão a fazer do que jogar o jogo das mesmas e a promover a ideologia do “Menos Estado, mais privado”.

As notações das agências de rating são uma falácia e não têm nada de inocente: são um pretexto para os servidores da causa neoliberal tomarem decisões que acentuam as desigualdades sociais, o desemprego e a pobreza. Decisões que transferem a riqueza e recursos do Público para o Privado, ou seja, para os mesmos de sempre. Decisões que destroem o Estado social, como se vê pela redução anunciada dos subsídios de desemprego.

Esta reportagem da Euronews é bem clara.

Não nos deixemos enganar pelos neoliberais que nos governam.

domingo, fevereiro 21, 2010

O leviatã de Sloterdijk


Sem ser um paladino do neoliberalismo, Sloterdijk alerta-nos [aqui] para a pilhagem a que a futura geração já está a ser sujeita pela actual, sem que ainda tenha nascido. O perpetrador dessa pilhagem, não é mais nem menos do que o moderno Estado democrático, pelo enorme endividamento que contrai e através dos impostos excessivamente elevados que esmagam a classe produtiva. O imposto é o equivalente funcional a uma expropriação socialista, diz o filósofo.
Segundo Sloterdijk não vivemos sob um sistema capitalista, mas sim num regime semi-socialista, numa economia social de mercado. De acordo com o filósofo, um mundo pós-democrático prepara-se para suceder ao actual, como resultado de uma rebelião civil contra os impostos. Tal rebelião surgirá em resposta a uma situação paradoxal: o desapossamento dos credores devedores pelos devedores credores.
Não é uma situação inaudita: o legislador de Atenas, Sólon, resolveu o problema do excessivo endividamento que atormentava as famílias da antiga cidade-estado ao legislar contra os credores. Sólon conseguiu assim pacificar a sociedade ateniense porque os devedores eram a maioria e os credores a minoria. O legislador de Atenas conquistou o reconhecimento dos seus concidadãos para a posteridade e passou a ser considerado um dos maiores sábios da Grécia antiga.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

E voltamos ao mesmo

Se é verdade que a crise económica e financeira abalou o neoliberalismo, também é verdade que não constituiu o seu fim. O capitalismo, por sua vez, está longe do seu estertor porque as crises fazem parte da sua natureza. O neoliberalismo é apenas uma forma de capitalismo, tal como o keynesianismo o foi, antes da década de 70.

Ultrapassados os dias de tempestade financeira e na iminência de soprarem ventos bonançosos, o comportamento dos governantes altera-se novamente e rapidamente se esquecem das intenções que manifestaram, com veemência, nos dias de aflição. Não terminaram com os paraísos fiscais onde os ricos e as empresas mais lucrativas depositam os lucros, furtando-se ao dever de contribuírem através dos impostos para o progresso social e para todos os esquemas de solidariedade social e redistribuição de riqueza (essas empresas são contudo, as primeiras a apelar ajuda ao Estado, nos momentos de maior aflição financeira).

Voltámos portanto à economia de casino, irresponsavelmente. Iniciou-se a distribuição de bónus chorudos aos especuladores (gestores e accionistas) pelas maiores instituições financeiras norte-americanas, das quais a Goldman Sachs é um exemplo. Não estão no entanto ainda saldadas as suas dívidas para com os contribuintes e o Estado. Obama bem tenta moralizar os mercados, mas o capitalismo é uma hidra de muitas cabeças. Ainda que seja o Presidente e chefie o governo dos EUA, não consegue levar a sua reforma do sistema de saúde a bom porto. Os conservadores e as empresas seguradoras opõem-lhe uma resistência tenaz.

A cada crise capitalista reforça-se a acumulação e a concentração da riqueza. As empresas mais resistentes, ficam maiores pelas aquisições e fusões que realizam. Acentuam-se as desigualdades entre ricos e pobres e a sociedade torna-se progressivamente mais polarizada e desequilibrada: a uma poderosa minoria de ricos opõe-se uma larga maioria de pobres, que engrossa cada vez mais.

Chegámos agora ao ponto de o crescimento económico se tornar independente do emprego, ou seja, o crescimento económico é hoje possível com desemprego crescente. Desactualiza-se então o discurso dos políticos e economistas neoliberais, que vêem no crescimento económico a panaceia para o desemprego e para a saída da crise social. Ainda que a crise económica possa ser ultrapassada, a crise social persiste. O sistema económico capitalista serve por isso, cada vez menos, porque agrava as disparidades sociais em vez de as resolver.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Finda a crise financeira, a crise continua


As grandes instituições financeiras afastam-se alegremente da crise financeira. Irresponsavelmente. Atrás de si deixam um longo rasto de desempregados que ainda não se recompuseram da crise económica por elas gerada. Para os desempregados a crise continua. E assim vai o mundo financeiro, cantando e rindo enquanto a economia real se afunda. Entretanto, os paraísos fiscais permanecem intactos. Ninguém conseguiu acabar com eles, ao contrário do que prometeram nos momentos de maior aflição, no pico da crise económica e financeira.

segunda-feira, abril 20, 2009

O Coro Milton Friedman

Uma vez que os nossos amigos neoliberais precisam de ânimo e consolo, dada a derrocada do seu mundo (pois defendiam a desregulação dos mercados e agora aparecem a culpar a falta de regulação pela maldita crise, que ninguém sabe, como foi possível ter acontecido), aqui fica uma canção do coro Milton Friedman, para que se recordem dos seus "bons velhos tempos".

Via O Jansenista, já há algum tempo atrás.

domingo, fevereiro 08, 2009

O regresso dos anos sombrios

O desemprego alastra como uma peste e nós agora, nem sequer podemos abandonar a cidade e procurar lugares mais sadios, como noutros tempos. A praga é geral. Eis o fruto do capitalismo tardio, essa forma de organização económica e social que já nos trouxe paz, prosperidade e segurança, em tempos idos, quando tinha sido corrigido nas suas crises cíclicas, após a de 1929. Chegados os anos 70 do século XX, apagou-se a memória, abraçou-se o neoliberalismo e o monetarismo. Resultado: voltámos às velhas crises cíclicas. Os governantes dos países desenvolvidos estão em pânico: já não conseguem assegurar os interesses dos poderosos que os colocaram nos governos dos Estados. Utilizam agora os contribuintes como fiadores e transferem avultadas quantias para esse buraco negro, insaciável e ganancioso, que se tornou o mundo da alta finança e da especulação bolsista.

Há que procurar uma nova forma de organização económica e social, nem que seja abalando o status quo. Este capitalismo, que se alimenta do desemprego de milhões já não nos serve.

sábado, dezembro 20, 2008

O Cabo das Tormentas

A criatura resiste. Recorre neste momento de aflição, a todos os seus esbirros colocados em altos cargos governamentais e outros de grande alcance social. Move todas as suas influências. Tenta escapar ao naufrágio no mar tormentoso do mundo. Mar tenebroso, o que agora atravessamos. Os governos não nacionalizam, não propõem o fim de paraísos fiscais e zonas francas, e continuam a apostar na concessão de crédito para financiar o investimento, mas na sociedade de consumo já não é a poupança que suporta o crédito, mas antes a produção monetária nas rotativas. Usam agora os contribuintes endividados como fiadores e financiadores de bancos falidos e de empresas mal geridas. E ainda nos querem fazer crer que estão realmente indignados porque os bancos não fazem chegar os financiamentos às empresas. Será que somos assim tão ingénuos?

Canalizam-se os recursos dos contribuintes para o benefício de alguns accionistas, num processo de concentração sem precedentes, de poder e riqueza. Mas o contexto não deixa de ser agónico. Algumas ruas gregas já perceberam e gritam contra a plutocracia. É só o começo da bernarda.

Virão dias de bonança, quando menos esperarmos. Restará saber se o navio neoliberal ainda navegará ou se terá sido tragado para as profundezas do oceano. O capitalismo assumirá então novas formas.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Ridículo

É ridículo o argumento dos neoliberais que agora apontam o dedo acusador às entidades reguladoras por não terem estado atentas às falhas do mercado e aos que nele irresponsavelmente actuaram. É tão ridículo como o argumento que culpa as distracções dos polícias pelas acções dos ladrões. É que o problema, na realidade, não são os polícias, são os ladrões. O problema não são as entidades reguladoras, mas a política que sempre defendeu a mínima intervenção do Estado.

O mercado falhou porque, ao contrário do que sempre defenderam os neoliberais, tem de ser fortemente regulado pelo Estado. Curiosamente, vêm agora culpar o Estado e as entidades reguladoras pelas falhas do mercado e pelas irresponsabilidades dos directores executivos e quadros dirigentes. O mesmo Estado que, segundo os neoliberais, deveria intervir o mínimo nos mercados, financeiros ou não, e na economia.

Poupem-nos!

sábado, outubro 25, 2008

A retoma da economia

Quem se lembra da "retoma" no discurso dos políticos? Agora já ninguém fala dela. A retoma do "para o ano é que é".
Afinal onde está a retoma que nos prometeram?

E diz o Zé Povinho: "Queres a retoma? Ora toma!"

"E para a próxima, não vás no discurso dos políticos."

sexta-feira, outubro 24, 2008

Quixotesco

Talvez aos vossos olhos vos pareça um louco esfarrapado, de cabelos desgrenhados, esbracejando e vociferando impropérios contra o neoliberalismo, numa praia deserta, numa ilha perdida no oceano da Internet. E o neoliberalismo, qual navio, passa ao longe, alheio ao louco e à ilha, lento na sua rota, rumando a um naufrágio certo.

Pois bem, esse é o navio que vos transporta.

segunda-feira, outubro 20, 2008

É a hora!

Agora a economia real anda a reboque da economia financeira. As decisões dos políticos são reacções pavlovianas às oscilações da bolsa. Eis o momento em que o casino virtual comanda a economia real e a política. É o fim...

É a hora!

domingo, outubro 19, 2008

Governos verdadeiramente preocupados

Preocupam-se os governos, com as empresas em primeiro lugar e, com as empresas em último lugar. As famílias são um ornato dos discursos dos políticos: a sua verdadeira e única preocupação são as empresas. E a verdadeira e única preocupação das empresas é o lucro.

Estão a tentar enganar-nos com a inclusão das famílias nos discursos.

É preciso tirar esta gente dos governos. Pela via democrática, preferencialmente.

sábado, outubro 18, 2008

A nova condição do homem pós-moderno

Eis a nova condição do homem pós-moderno: escravo fiador. Escravo dos bancos e seu fiador. Ou será um servo da gleba roubado pelo seu senhor?

Momento publicitário

«Eu, já sou fiador do meu banco. E você?»

(Na zona Euro, agora somos todos fiadores. Mesmo que o não queiramos. É democrático!)

sexta-feira, outubro 17, 2008

O Devedor Fiador

«Acordei um dia destes e, pasme-se, descobri que era fiador de bancos com o aval do governo e o beneplácito da presidência.

Quando o Estado fia, fiamos todos.»

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