Nestes dias caminhei pelo Porto.
Não subi à Torre dos Clérigos, não entrei no Majestic, nem na livraria Lello & Irmão. Infelizmente
as multidões bloqueavam as entradas. Limitei-me a flanar pela cidade, pela
Ribeira e pela Foz. Contemplei o Douro e o Atlântico, mas a maior descoberta foi
o Mediterrâneo. Tropecei na obra por
acaso, na livraria Bertrand, quando folheava as Odes de Horácio, um livro caríssimo que me é caro, e que merece ser
caro, na secção de poesia. O meu olhar desviou-se para outros livros de
poesia mais baratos que lá estavam empilhados. Um livro prendeu-me
a atenção: ostentava na capa o desenho de uma oliveira. Após vários regressos à livraria,
e ao Mediterrâneo, de João Luís Barreto
Guimarães, lá adquiri o livro desse poeta nascido no Porto. É que sempre
que abria o Mediterrâneo o
Mediterrâneo encontrava, em todo o seu esplendor, em todo o seu perfume, em
toda a sua história e em toda a sua dor. O Mediterrâneo estava ali.
Valeu a pena vir ao Porto encontrar o Mediterrâneo.
***
(Curiosamente no dia em que adquiri o livro, e desconhecendo ainda na íntegra os seus poemas, um empregado
de mesa questionou-me num restaurante: «Pode ser Pepsi?», o título de um dos
poemas que li com muito agrado entre os muitos outros poemas que povoam
o livro com aromas e sons do Mediterrâneo: um Mediterrâneo quente em pleno Inverno, e logo aqui no Porto.)
(E que
agradável surpresa o “Êxtase de Santa Teresa”).
Sem comentários:
Enviar um comentário