terça-feira, junho 30, 2009

A Leitura

A Leitura, 1870

Henri Fantin-Latour (1836-1904)


Ela observa-nos quando a observamos. A sua mão desnuda revela uma aliança e o laço azul destaca-se nas cores sombrias… Escuta com uma face inexpressiva. O que estará a ouvir? Parece ausente e a leitora, mergulhada na leitura, não se apercebe. Teremos sido nós que lhe captámos a atenção? Então rapidamente partimos para outro quadro.

As flores ao fundo são uma das marcas de Fantin-Latour, também um grande pintor de naturezas mortas do século XIX.

Quadro observado em Lisboa no Museu Calouste Gulbenkian em 28-06-2009.

sábado, junho 20, 2009

O Desnorte

«É já possível, depois de quatro anos de governação, determinar algumas linhas marcantes da política do Governo: 1. Por um lado, e por razões económicas, segue-se claramente uma orientação que se poderia chamar neoliberal. (…)

Mas neste período de eleições, e no contexto da crise nacional e internacional, o Governo é levado a contrariar parcialmente esta tendência neoliberal, insistindo em medidas próprias de um “Estado-Providência” (contra o desemprego, a pobreza, ajudando financeiramente empresas privadas (PME), nacionalizando bancos), o que torna menos clara a tendência para “desengordar” o Estado. 2. Por outro lado, e, aparentemente, em direcção contrária, a modernização da sociedade e do Estado impõe a máxima centralização dos serviços, a regulação mais económica das instituições públicas, a fusão de sectores idênticos até agora dispersos por vários sectores institucionais.
»

José Gil (2009), Em Busca da Identidade – O Desnorte, Relógio D’Água, pp. 44-45

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