domingo, novembro 29, 2009

Novembro: os dias sucedem-se à velocidade da luz.

Caspar David Friedrich, The Wanderer above the Mists, 1817-18

quarta-feira, novembro 25, 2009

Istiqlal

Mesquita de Istiqlal (independência), Jakarta

domingo, novembro 22, 2009

La belle Ferronière

Leonardo da Vinci, La belle Ferronière, 1490

quinta-feira, novembro 19, 2009

O deus de Xenófanes de Cólofon


Um só deus, o maior entre os deuses e os homens, em nada semelhante aos mortais, quer no corpo quer no pensamento.

Permanece sempre no mesmo lugar, sem se mover; nem é próprio dele ir a diferentes lugares em diferentes ocasiões, mas antes, sem esforço, tudo abala com o pensamento do seu espírito.

Todo ele vê, todo ele pensa, e todo ele ouve.

Xenófanes de Cólofon (c. de 570 a c. de 475 a.C.)

KIRK, G. et al., Os Filósofos Pré-Socráticos, 6ª ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 2008, pág.274.

quarta-feira, novembro 18, 2009

A destruição do mar profundo



O autoritarismo democrático


«It would be a serious mistake to underestimate the degree to which the modern state has been weakened with respect to its material room for manoeuvre and its democratic qualities, but at the same time has been newly empowered with respect to authoritarian possibilities of action. The potential for achieving consensus in a democratic manner is diminishing. However, the state’s capacity to enforce decisions – the combined operation of force, law and information technological control internally – is being modernized and increased. In other words, it has become possible to compensate for the loss of democratic power by authoritarian means – while preserving the democratic facade. That is what is meant by democratic authoritarianism.»

BECK, Ulrich (2002), “The Cosmopolitan Society and its Enemies”, Theory, Culture & Society, Vol. 19 (1-2), SAGE, p. 40-41.

Séculos de Santa Inquisição e décadas de Estado Novo persecutório e pidesco, deixaram marcas na nossa sociedade. No código genético de muitos indivíduos e instituições está inscrita a propensão para a delação. Alguns de nós comprazem-se por isso em observar e escutar o próximo, com um prazer quase voyeurista.

Quando esses indivíduos se instalam em instituições públicas que devem zelar pela segurança dos cidadãos, passam a dispor de uma parafernália tecnológica moderna, orientada para a vigilância e controlo e são tentados, muitas vezes, a transgredir as suas competências utilizando esses meios para obterem informação privilegiada e poder. Qualquer cidadão, desde o homem da rua ao Presidente, pode ser alvo de escuta e vigilância por esses indivíduos, ao abrigo das instituições que é suposto servirem, a coberto de muito boas intenções. Compreende-se as desconfianças do Presidente e do Procurador acerca das possíveis escutas e espionagens nos seus gabinetes, dos seus telefones e computadores. Afinal, quem controla quem?

Segundo Beck (2002), tornou-se possível compensar a perda de poder democrático do Estado, através da utilização de meios autoritários ao seu dispor, mantendo-se a fachada democrática. Parece que já estamos a viver essa realidade neste país.

segunda-feira, novembro 16, 2009

A morte do albatroz

Segundo reza A Balada do Velho Marinheiro, cantada por Samuel Taylor Coleridge em 1797, abateu-se uma praga sobre a tripulação que ousou matar o albatroz e o seu navio teve um destino funesto. Ao marinheiro que abateu a ave, aguardou-o uma vida pior do que a morte.

Chris Jordan, captou as imagens de crias de albatroz mortas no atol de Midway com as entranhas cheias de plásticos coloridos que os pais, por equívoco, confundiram com alimentos no poluído Oceano Pacífico.


Nada de bom nos aguarda portanto, nem ao nosso navio.





O testemunho de Chris Jordan, AQUI.

domingo, novembro 15, 2009

sábado, novembro 14, 2009

quinta-feira, novembro 12, 2009

terça-feira, novembro 10, 2009


PODER POLÍTICO vs. poder judicial

The Thing That Should Not Be

Há sessenta anos atrás, o governo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.) autorizou a detonação da primeira bomba atómica nas estepes do Cazaquistão – o “Primeiro Relâmpago”. Ao longo de quarenta anos a região foi palco de testes nucleares e sucederam-se 456 explosões atómicas. A população das imediações foi exposta, sem o saber, a radiações silenciosas que devastaram três gerações de pessoas. Resultado: mais de um milhão de seres humanos viu a sua saúde abalada e padece de doenças que vão desde cancros, doenças da tiróide, deformações congénitas, envelhecimento prematuro e doenças cardiovasculares entre outras.

Onde estão os responsáveis por este crime? Quem os condenou? Que tipo de governantes eram os que sujeitaram os seus concidadãos a tais suplícios?

As fotografias do fotógrafo Ed Ou (Reportagem da Getty Images), podem ser vistas AQUI.


A enfermeira Nurse Larissa Soboleva segura um bebé de dois anos, num orfanato de Semey, no Cazaquistão (a fotografia é de Novembro de 2008). Adil nasceu cego, com paralisia cerebral infantil e hidrocefalia, como resultado da exposição da sua mãe à radiação, durante os testes nucleares. Foi abandonado pelos pais e encontra-se num orfanato.


A mãe de Berik Syzdykov, que nasceu cego e deformado como resultado da exposição à radiação quando se encontrava no ventre materno, acompanha-o ao exterior.

domingo, novembro 08, 2009

O Homem e o Mundo

«O mundo começou sem o homem e acabará sem ele

Claude Lévi-Strauss (1955), Tristes Trópicos, Edições 70

Um dia, em Carachi…

«Todo o islamismo parece ser, com efeito, um método para desenvolver no espírito dos crentes conflitos insuperáveis, para salvá-los, a seguir, propondo-lhes soluções de uma simplicidade muito grande (grande demais).»

Claude Lévi-Strauss (1955), Tristes Trópicos, Edições 70

Terra Amada

quarta-feira, novembro 04, 2009

Brasil, Brasil! O futuro.

Brasil, Brasil! Desordem e retrocesso.

Primeiro dançámos na praia à sombra das palmeiras. Depois lutámos (é sempre assim).

Agora, na TV, um helicóptero risca o céu em fogo e cai. O caos está instalado na cidade do Corcovado. A polícia militar sobe a favela a disparar e a ordem é para matar. Das prisões superlotadas os traficantes dão ordens pelo celular. Imagens de um apocalipse.

terça-feira, novembro 03, 2009

Tristes Trópicos


De Claude Lévi-Strauss (1908-2009) retenho a leitura dos Tristes Trópicos no início dos anos 90, no âmbito de um trabalho que tive de realizar para a "cadeira" de Transformações Socioculturais do curso que estava a frequentar. Foi assim que o descobri. Nessa obra narra a viagem que realizou pelo Atlântico para a América do Sul, nos anos 30, e fala dos encontros com os índios e com os borracheiros do Mato Grosso e do regresso à Europa pelo Paquistão. O que observou em Carachi, uma cidade fervilhante de vida, prestes a explodir em agitação, já fazia adivinhar os problemas que afectam o actual Paquistão.

Mais um Mestre que parte. Fica a obra e a nossa homenagem.


domingo, novembro 01, 2009

Humildade ou ousadia? (A propósito da vitória do Braga sobre o Benfica)

De tempos a tempos, sempre que uma equipa supostamente mais fraca vence uma mais forte, lá vêm os treinadores e os adeptos salientar a importância da humildade. “Se continuarmos a ser humildes poderemos ser campeões”, dizem, ou qualquer coisa do género, “Vencemos porque fomos humildes”. Humildes?! Venceram porque foram ousados, isso sim. Segundo disse um filósofo um certo dia, ou Pascal ou Espinosa, não sei bem, a humildade é a impotência dos fracos. É a tacanhez de chapeuzinho na mão, a acocorar-se perante os fortes. Humildade?! Sempre presente no discurso do português mais tacanho. Humildade uma ova (para não dizer um impropério dos mais peludos)! Ousadia, isso sim! É hora de pôr a humildade no saco. Corrê-la dos discursos e das posturas nacionais. É necessária ousadia. Ousadia e audácia. A sorte protege os audazes e desdenha dos humildes.

Cabanas de Tavira, 1 de Novembro de 2009, 15:30, 27º C

Será aquecimento global ou local? Talvez glocal.

Bom Dia Novembro

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