sábado, setembro 25, 2010

Surpreendam-nos! Taxem os bancos como as demais empresas.

Neste momento de aperto económico e financeiro o que esperam os nossos governantes para taxar os bancos a níveis percentuais iguais às demais empresas? Seria justo, não? Afinal os bancos, ao contrário das outras empresas, têm asseguradas múltiplas protecções contra a falência, a maior parte delas garantidas pelo próprio Estado com o dinheiro dos contribuintes. A necessidade de cumprimento rigoroso do défice e de obtenção de receitas, para além da redução da despesa, exige-o, mas os nossos governantes nem ousam tocar no assunto.

Será que o poder político está assim tão refém do poder económico e financeiro?

A esses, aos bancos, não atingem os “pacotes de austeridade”.

sexta-feira, setembro 03, 2010

O medo de ficar para trás

«Quando a competição substitui a solidariedade, as pessoas vêem-se abandonadas aos seus próprios recursos, dolorosamente escassos e manifestamente insuficientes. A deterioração e a decomposição dos laços colectivos convertem-nas, sem o seu consentimento, em indivíduos de jure, mas um destino opressivo e ingovernável conspira no sentido de lhes negar o ingresso na categoria de indivíduos de facto. Se nas condições de modernidade sólida, a desgraça mais temida era a impossibilidade para o indivíduo de se adequar à norma geral, hoje em dia, com o advento da modernidade líquida, o fantasma mais aterrador é o representado pelo medo de ficar para trás.»

Zygmunt Bauman (2006 [2005]), Confiança e Medo na Cidade, Relógio D’Água, pág. 17-18.

quinta-feira, setembro 02, 2010

O eterno retorno

Quando Agosto se encerra o país regressa à cidade. É este o momento de abandonar a cidade.

Post scriptum:

Na verdade, terminado o mês de Agosto é a cidade que regressa a si mesma porque, por definição, a cidade são os que nela habitam.

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