terça-feira, novembro 10, 2009

The Thing That Should Not Be

Há sessenta anos atrás, o governo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.) autorizou a detonação da primeira bomba atómica nas estepes do Cazaquistão – o “Primeiro Relâmpago”. Ao longo de quarenta anos a região foi palco de testes nucleares e sucederam-se 456 explosões atómicas. A população das imediações foi exposta, sem o saber, a radiações silenciosas que devastaram três gerações de pessoas. Resultado: mais de um milhão de seres humanos viu a sua saúde abalada e padece de doenças que vão desde cancros, doenças da tiróide, deformações congénitas, envelhecimento prematuro e doenças cardiovasculares entre outras.

Onde estão os responsáveis por este crime? Quem os condenou? Que tipo de governantes eram os que sujeitaram os seus concidadãos a tais suplícios?

As fotografias do fotógrafo Ed Ou (Reportagem da Getty Images), podem ser vistas AQUI.


A enfermeira Nurse Larissa Soboleva segura um bebé de dois anos, num orfanato de Semey, no Cazaquistão (a fotografia é de Novembro de 2008). Adil nasceu cego, com paralisia cerebral infantil e hidrocefalia, como resultado da exposição da sua mãe à radiação, durante os testes nucleares. Foi abandonado pelos pais e encontra-se num orfanato.


A mãe de Berik Syzdykov, que nasceu cego e deformado como resultado da exposição à radiação quando se encontrava no ventre materno, acompanha-o ao exterior.

domingo, novembro 08, 2009

O Homem e o Mundo

«O mundo começou sem o homem e acabará sem ele

Claude Lévi-Strauss (1955), Tristes Trópicos, Edições 70

Um dia, em Carachi…

«Todo o islamismo parece ser, com efeito, um método para desenvolver no espírito dos crentes conflitos insuperáveis, para salvá-los, a seguir, propondo-lhes soluções de uma simplicidade muito grande (grande demais).»

Claude Lévi-Strauss (1955), Tristes Trópicos, Edições 70

Terra Amada

quarta-feira, novembro 04, 2009

Brasil, Brasil! O futuro.

Brasil, Brasil! Desordem e retrocesso.

Primeiro dançámos na praia à sombra das palmeiras. Depois lutámos (é sempre assim).

Agora, na TV, um helicóptero risca o céu em fogo e cai. O caos está instalado na cidade do Corcovado. A polícia militar sobe a favela a disparar e a ordem é para matar. Das prisões superlotadas os traficantes dão ordens pelo celular. Imagens de um apocalipse.

terça-feira, novembro 03, 2009

Tristes Trópicos


De Claude Lévi-Strauss (1908-2009) retenho a leitura dos Tristes Trópicos no início dos anos 90, no âmbito de um trabalho que tive de realizar para a "cadeira" de Transformações Socioculturais do curso que estava a frequentar. Foi assim que o descobri. Nessa obra narra a viagem que realizou pelo Atlântico para a América do Sul, nos anos 30, e fala dos encontros com os índios e com os borracheiros do Mato Grosso e do regresso à Europa pelo Paquistão. O que observou em Carachi, uma cidade fervilhante de vida, prestes a explodir em agitação, já fazia adivinhar os problemas que afectam o actual Paquistão.

Mais um Mestre que parte. Fica a obra e a nossa homenagem.


domingo, novembro 01, 2009

Humildade ou ousadia? (A propósito da vitória do Braga sobre o Benfica)

De tempos a tempos, sempre que uma equipa supostamente mais fraca vence uma mais forte, lá vêm os treinadores e os adeptos salientar a importância da humildade. “Se continuarmos a ser humildes poderemos ser campeões”, dizem, ou qualquer coisa do género, “Vencemos porque fomos humildes”. Humildes?! Venceram porque foram ousados, isso sim. Segundo disse um filósofo um certo dia, ou Pascal ou Espinosa, não sei bem, a humildade é a impotência dos fracos. É a tacanhez de chapeuzinho na mão, a acocorar-se perante os fortes. Humildade?! Sempre presente no discurso do português mais tacanho. Humildade uma ova (para não dizer um impropério dos mais peludos)! Ousadia, isso sim! É hora de pôr a humildade no saco. Corrê-la dos discursos e das posturas nacionais. É necessária ousadia. Ousadia e audácia. A sorte protege os audazes e desdenha dos humildes.

Cabanas de Tavira, 1 de Novembro de 2009, 15:30, 27º C

Será aquecimento global ou local? Talvez glocal.

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