domingo, julho 24, 2011

Crónica de uma crise anunciada?

Nunca, desde a Guerra Civil Americana, os EUA estiveram tão divididos. A divisão entre esclavagistas e não esclavagistas conduziu a nação à guerra civil no século XIX. Actualmente, a irredutibilidade dos conservadores em relação ao aumento do tecto da dívida americana, não augura nada de bom. Talvez cheguem a acordo até Agosto, mas face ao extremar de posições, tudo é possível. Se não chegarem a acordo, a consequência não será a guerra civil, por certo, mas sim a derrocada económica desencadeada pelo incumprimento no pagamento da maior dívida do planeta. A URSS colapsou no início da década de 90. Será que está a chegar a hora dos EUA?

A incapacidade de os EUA manterem o space shuttle no ar é um facto simbólico do momento em que vive actualmente a América.

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David Harvey, há muito tem vindo a alertar para o que se está a passar:

«A derrocada do sector financeiro nos Estados Unidos em 2008-2009 comprometeu a hegemonia americana. A capacidade de lançarem isoladamente um plano de recuperação baseado no financiamento da dívida é limitada politicamente a nível interno por uma oposição conservadora fiel, bem como pelo enorme peso do endividamento que se acumulou a partir da década de 90. Os Estados Unidos têm vindo a endividar-se a uma média de cerca de 2 milhões de dólares por dia há vários anos e, embora os prestamistas, como os bancos centrais chineses e outros do Leste da Ásia e dos Estados do Golfo, lhes tenham andado a conceder créditos porque a economia americana é demasiado importante para falir, é cada vez mais palpável o crescente poder que os prestamistas detêm sobre a política americana. Entretanto a posição do dólar como divisa global de reserva está sob ameaça.»

David Harvey, O Enigma do Capital, Bizâncio. 2011. pp. 48.

sexta-feira, julho 22, 2011

quarta-feira, julho 20, 2011


Pôr-de-sol na Praia Verde, 8 de Julho de 2011

Caramba! Eu não queria, mas foi mais forte do que eu.

Na melhor nódoa cai o pano.

segunda-feira, julho 18, 2011

Retoma em 2013!

Afinal a retoma será em 2013. Então poderemos respirar de alívio, dizem-nos Passos Coelho & Vítor Gaspar.

Veremos o que nos dirão em 2013: talvez, que afinal a retoma seja, lá para 2015. E em 2015, lá para 2018, e assim sucessivamente.

É o mais provável.

(A retoma é sempre amanhã.)


Devem julgar que somos burros atrás da cenoura da retoma, enquanto nos vergastam com mais impostos.

domingo, julho 17, 2011

O impasse

Eis-nos chegados a um impasse. Ou avançamos para um federalismo castrador do projecto nacional e abandonamos, de vez, o domínio sobre a capacidade de alterar o nosso destino enquanto nação – neste caso passaremos, definitivamente, a ser mais uma região, ou uma espécie de Califórnia, nos novos Estados Unidos da Europa. Ou recuamos e saímos da Zona Euro, mantendo salvaguardada uma grande parte da nossa soberania, mas com custos económicos e sociais muito elevados, no curto prazo, como se diz aqui.

Ficar na situação em que estamos, numa Zona Euro cujos Estados não foram, nem são capazes, de manter a sua economia entre as apertadas balizas dos critérios de convergência, não é viável, nem desejável. Aqui, não podemos ficar!

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PS - A necessidade aguça o engenho. Talvez tenha de ser criado um novo caminho que não passe por um recuo ou por um avanço. Mas para onde caminhar?

sexta-feira, julho 15, 2011

Entretanto, na ilha do Bornéu, prossegue a destruição do mundo, tal como o conhecemos


É preciso observar bem, pois tudo isto, em breve, estará transformado num imenso palmeiral. O longo braço da sanha capitalista chega aos lugares mais recônditos do planeta. Prossegue a destruição criativa do espaço. É preciso convertê-lo em mercadoria, para que dê lucro.

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