sábado, outubro 24, 2015

70 years keeping the peace


Setenta anos a manter a paz e a tentar unir todos os seres humanos em torno de causas comuns, é obra! A criação das Nações Unidas é uma das maiores obras de sempre do ser humano.

Oxalá dure. Quando a malograda Sociedade das Nações caiu, o mal varreu o mundo. Foi a tragédia da IIª Grande Guerra. Mas das cinzas da Sociedade das Nações surgiu, qual fénix renascida, a ONU.

Hoje é caso para dizer:


Congratulations UN!

70 years keeping the peace.

Viva a ONU!

sexta-feira, outubro 23, 2015

Lamentável

Poderia ter-se limitado a indigitar o primeiro-ministro e fundamentar a sua decisão com base no primeiro argumento que enunciou: cumpria com uma tradição de 40 anos de Democracia e com a Constituição – a de convidar o líder do partido ou coligação mais votado, e que constitui o grupo de deputados mais numeroso (mas não em maioria), para formar governo. Essa decisão seria legítima. Aliás, não é aí que está a questão.

Cavaco Silva foi mais longe. Foi longe demais. Transformou a sua comunicação ao país numa espécie de "Conversas em Família", com muitas mensagens e prescrições. Contradizendo um dos princípios que disse mais valorizar – o da estabilidade. O paladino da estabilidade, afinal manifestou a intenção de lançar o país na instabilidade política ao dar a entender que iria manter um governo de gestão se uma moção de rejeição impedisse a constituição de um novo governo do PAF. 

Cavaco Silva, tem medo. Medo dos mercados, das agências de rating, dos credores, dos comunistas e do Bloco de Esquerda. Para ele o interesse nacional é o interesse dos mercados, das agências de rating, dos credores e da Comissão Europeia. Para ele o interesse nacional não é o interesse dos portugueses (como economista valoriza mais as questões económicas e financeiras em detrimento dos imperativos sociais).

Logo após as eleições teve um comportamento incendiário, desestabilizador e intelectualmente desonesto, lançando o medo, a incerteza e a insegurança, quando deu entender que um governo liderado por socialistas e com o apoio do Bloco de Esquerda e da CDU colocariam em perigo a presença de Portugal na NATO, na Zona Euro e na União Europeia. Além disso estaria em perigo o cumprimento das obrigações do País para com os credores e os mercados. Só faltou dizer que as criancinhas estariam em perigo porque os comunistas vinha aí para as comer. Como se ainda estivéssemos nos tempos da Guerra Fria ou no PREC. Um governo liderado por socialistas, sublinho. Como se um governo liderado por socialistas fosse um governo de comunistas ou de trotskistas. Enfim, confundiu e agitou. Deu o mote e os partidos do PAF aproveitaram logo para cantar a mesma ladainha e lançarem areia aos olhos dos portugueses. Como se o PS nunca tivesse governado o país. Lamentável.

Finalmente, e diga-se de passagem, uma solução de governo alternativa ao atual, com o PS, o Bloco de Esquerda e a CDU só seria estável se integrasse ministros dos três partidos. Ninguém puxa um tapete se estiver em cima do tapete. Caso contrário, se se constituísse governo apenas com ministros do PS, com base num acordo parlamentar que viabilizasse a sua formação, então a qualquer momento os partidos apoiantes desse governo, que não o PS, poderiam puxar o tapete, fazendo cair o governo que inicialmente apoiaram. Nessa circunstância o PS estaria sempre nas mãos desses partidos.

domingo, outubro 11, 2015

Plutão Azul

Assim o veria o olho humano, caso nos aproximássemos o suficiente.


quarta-feira, outubro 07, 2015

Hotel

The Promenade at the Dorchester, where high sofas and faux-marble pillars make it hard to see who is talking to who.

segunda-feira, outubro 05, 2015

E viva Portugal! Viva a República!

Fonte: Comissão Nacional de Eleições. Daqui.

Parece que até agora apenas 1 979 132 dos nossos conterrâneos votantes estão contentes com o estado a que isto chegou. E os restantes?

Enfim. Amanhã é dia de trabalho. Siga para bingo.

sábado, outubro 03, 2015

A Duquesa de Alba

Goya, Retrato da Duquesa de Alba, 1797, National Gallery

A Duquesa de Alba, alva e negra, aponta para os pontiagudos sapatos de tacão alto olé. Olha-nos nos olhos mas rebaixa-nos o olhar. Autoritária, de punho fechado na anca, em pose erguida e frontal, parece dizer-nos, altiva: é ali o lugar ao qual retornarás, tu aí que ousas olhar-me em desafio.

domingo, setembro 27, 2015

Quatro anos a furtar


Quatro anos a transformar direitos em mercadorias, em nome de uma doutrina política radical que conduz ao empobrecimento e à servidão a larga maioria da população. Foram quatro anos de uma certa revolução e os extremistas, os radicais, esses sim, estiveram no Governo.

Quatro anos de privatizações, de vendas ao desbarato das mais rentáveis empresas públicas, ou da sua parte rentável, em troca de uma receita qualquer, fugaz. Quatro anos de servilismo, de quem nos governou, perante o poder financeiro e estrangeiro, alemães e chineses.

Quatro anos a tratar-nos como se todos fossemos responsáveis pela gestão danosa de bancos privados. Como se todos fossemos responsáveis por igual, e em igual medida, pela situação a que isto chegou.

Quatro anos de buracos, para o contribuinte pagar e tapar. Buracos que não foram abertos por ele, o contribuinte. E ao fim de quatro anos, pasme-se, deixam-nos um buraco ainda maior, e uma dívida pública monumental para os nossos filhos pagarem. Foram quatro anos de cortes, e mais quatro anos de empobrecimento se avizinham. Não é preciso ser profeta para o adivinhar.

Quatro anos de vergastadas nos funcionários públicos, nos trabalhadores do sector privado, nos pensionistas, nos jovens, nos desempregados e nos pobres. Os jovens foram convidados a emigrar, na sexta nação mais velha do mundo. É obra!

Quatro anos de cortes salariais, de cortes nos feriados, nos dias de férias, nas prestações sociais, e em tudo, através de um IVA abusivo que atinge nalguns produtos necessários, quase um quarto do seu valor. 

Quatro anos a furtar.

Quatro anos a pontapear a Constituição e a apoquentar o Tribunal Constitucional e os portugueses (bom, diga-se de passagem, e em abono da verdade, que neste ano da Graça o primeiro-ministro disse que nada iria fazer quanto a propostas de duvidosa constitucionalidade, como aquelas a que nos habituou em anos precedentes. É ano de eleições, não é verdade?)

Lançaram e aumentaram a dívida sobre gerações futuras, sobre os ainda não nascidos. E findos estes quatro anos, não há família que não tenha um desempregado ou um emigrado ou um vizinho nessas condições. 

Nestes últimos quatro anos, gerações foram lançadas contra gerações, velhos contra novos, trabalhadores do sector privado contra trabalhadores do sector público, ricos contra pobres, e as desigualdades sociais não pararam de aumentar. Foi dividir para reinar, nestes quatro anos. Quatro anos a furtar.



Epílogo


Ouvi-os gritar na rua – gritos de descontentamento. Vi-os invadir as escadarias da Assembleia e arremessar paralelepípedos às barreiras policiais. Ouvi-os cantar o “Acordai!” frente ao Palácio de Belém e o “Grândola Vila Morena” no Parlamento e noutros lugares. Vi-os subir e descer largas avenidas e ruas estreitas em manifestação e também por lá caminhei e me manifestei. Vejo-os ainda, todos os dias, revoltados, manifestando-se frente a um banco assaltante – coisa que nunca vi na Grécia, nem com o Siryza, mesmo quando os bancos gregos estavam fechados.

Pois bem, é agora a hora! A hora de acordar. Porque se não for agora, nestas eleições… se voltarem a eleger os que lá estiveram, não me venham pedir outra vez para ir para a rua gritar ou cantar o “Acordai”. Não irei!

Farei como o Saramago. À primeira, retirar-me-ei para uma Lanzarote qualquer, para bem longe. Será o cada um por si e o salve-se quem puder. E, definitivamente, Portugal passará a ser um problema que terei comigo mesmo.

domingo, setembro 13, 2015

Quando se é jovem

Os idosos vivem de passado, escrevem memórias. Os jovens vivem de futuro, sonham vitórias.

A linha de sombra avista-se a partir de uma determinada idade. Quando se é jovem, demasiado jovem, essa linha não se vislumbra. É como se não existisse tal horizonte. Plena liberdade. Quando se é jovem é-se imortal.

sexta-feira, setembro 11, 2015

Praia Verde em Agosto


© AMCD
É uma praia burguesa, com certeza. Com certeza é uma praia burguesa.

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