Em terceiro lugar, o poder do Império funciona a todos os níveis da ordem social, penetrando até às regiões mais profundas do mundo social. Não se limita a gerir um território e uma população, mas cria também o mundo real que habita. Não se limita a governar as interacções humanas, mas pretende também governar directamente a natureza humana. O objecto do seu poder é a totalidade da vida social e, por isso representa a forma paradigmática do biopoder.
Hardt, Michael; Negri, António (2000), Império, Livros do Brasil, pág. 15
No dia 2 de Março de 2007 jogaram no ring mediático, o poder das multidões contra o poder dos milhões (€). Venceu o Império dos milhões. A "importância" dos milhões em jogo, justificou a opção de serem eles a abrir os telejornais desta paróquia. É preciso criar o "mundo real" que o Império habita. E o "mundo real" é cada vez mais criado nos media - se a notícia não passou na televisão, então não aconteceu, dizem. Neste caso, valorizou-se mais a OPA que a manifestação dos descontentes - a maior desde o fim do Estado Novo. O Império mostrou quem manda. Os media e os seus representantes mostraram de quem são lacaios.
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