Reportar a conjuntura económica actual a uma crise financeira é considerar a questão com demasiada superficialidade. É necessário cavar mais fundo e afastar o pó do pânico bolsista, para que se possam vislumbrar os verdadeiros fundamentos da crise, ou a crise que se esconde por detrás da crise.
Por outras palavras, é necessário ir à origem do verdadeiro problema. E na origem da crise, o que encontramos? Por um lado, aqueles que contraíram empréstimos para a aquisição de uma residência, e que, por vicissitudes várias, não foram capazes de satisfazer os seus compromissos junto dos credores. Por outro lado, os credores sobrestimaram a capacidade de endividamento daqueles a quem concederam empréstimos e que, por vicissitudes várias, acabaram por não receber as prestações que lhes eram devidas. Ora temos aqui um problema de avaliação e de vicissitudes várias, e não de “produtos tóxicos”, como agora alguns lhes chamam para sua conveniência.
O problema reside portanto nas “vicissitudes várias” e não nos mercados financeiros que se limitaram a receber e reflectir as ondas de choque de uma crise mais profunda. E que vicissitudes várias são essas? A perda de capacidade aquisitiva da maioria das famílias e dos consumidores, num sistema económico que sempre se organizou em torno do consumo e da capacidade de consumir.
Quando Henry Ford começou a produzir em série o modelo “Ford T”, engenhosamente, fê-lo a um custo suficientemente baixo para que os seus próprios operários pudessem adquirir o automóvel que estavam a produzir. E o “Ford T” vendeu-se bem para os padrões da época.
Em 1929, a crise foi de superprodução. E embora inicialmente houvesse capacidade aquisitiva, a oferta rapidamente ultrapassou em muito a procura e a crise desencadeou-se.
Actualmente, a crise coloca-se na perda de capacidade aquisitiva da maioria das famílias nos países desenvolvidos, ou seja, há oferta quanto baste, mas a procura está a minguar. Resultado: o escoamento da produção não se faz, porque não há quem a compre. O sector do mercado imobiliário foi o primeiro a ressentir-se, com repercussões no sistema financeiro. Seguir-se-ão os outros sectores da actividade económica.
Ao fomentar a concentração da capacidade aquisitiva em poucos, em detrimento da maioria, o actual sistema económico capitalista (e existem muitas formas de capitalismo) torna-se autodestrutivo e antidemocrático. E ainda que poucos tenham uma grande capacidade aquisitiva, não têm capacidade nem necessidade de consumir tudo o que se produz.
Com o actual sistema económico, capitalista neoliberal, vai engrossando a multidão daqueles que perdem poder de compra, dessapossados, endividados e incumpridores, ao mesmo tempo que a riqueza e o poder se vão concentrando nas mãos de poucos, cada vez mais poderosos, mas incapazes de alimentar um sistema económico que se baseou sempre no consumo de massa.
O problema reside portanto nas “vicissitudes várias” e não nos mercados financeiros que se limitaram a receber e reflectir as ondas de choque de uma crise mais profunda. E que vicissitudes várias são essas? A perda de capacidade aquisitiva da maioria das famílias e dos consumidores, num sistema económico que sempre se organizou em torno do consumo e da capacidade de consumir.
Quando Henry Ford começou a produzir em série o modelo “Ford T”, engenhosamente, fê-lo a um custo suficientemente baixo para que os seus próprios operários pudessem adquirir o automóvel que estavam a produzir. E o “Ford T” vendeu-se bem para os padrões da época.
Em 1929, a crise foi de superprodução. E embora inicialmente houvesse capacidade aquisitiva, a oferta rapidamente ultrapassou em muito a procura e a crise desencadeou-se.
Actualmente, a crise coloca-se na perda de capacidade aquisitiva da maioria das famílias nos países desenvolvidos, ou seja, há oferta quanto baste, mas a procura está a minguar. Resultado: o escoamento da produção não se faz, porque não há quem a compre. O sector do mercado imobiliário foi o primeiro a ressentir-se, com repercussões no sistema financeiro. Seguir-se-ão os outros sectores da actividade económica.
Ao fomentar a concentração da capacidade aquisitiva em poucos, em detrimento da maioria, o actual sistema económico capitalista (e existem muitas formas de capitalismo) torna-se autodestrutivo e antidemocrático. E ainda que poucos tenham uma grande capacidade aquisitiva, não têm capacidade nem necessidade de consumir tudo o que se produz.
Com o actual sistema económico, capitalista neoliberal, vai engrossando a multidão daqueles que perdem poder de compra, dessapossados, endividados e incumpridores, ao mesmo tempo que a riqueza e o poder se vão concentrando nas mãos de poucos, cada vez mais poderosos, mas incapazes de alimentar um sistema económico que se baseou sempre no consumo de massa.
Pode portanto continuar a produzir-se e a colocar-se à venda no mercado os mais diversos artigos, produzidos a baixo custo em fábricas longínquas, mas está a chegar o dia em que as lojas estarão cheias de produtos e vazias de consumidores. É que já não haverá cá ninguém com capacidade para comprar.
Não são apenas os mercados financeiros que estão em crise, mas sim, o sistema económico capitalista e neoliberal.
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