«O que é significativo na época de transformação actual é a singular despreocupação com que abandonámos não só as prácticas do passado - isso é bastante normal, e não tão alarmante - mas a sua própria memória. Um mundo que mal acabámos de perder já está meio esquecido.» (pág. 17)
(...)
«Em muitos países, "pôr o passado para trás" - ou seja, concordar em superar ou esquecer (ou negar) uma memória recente de extermínio mútuo e violência intercomunitária - foi um objectivo primordial dos governos do pós-guerra: às vezes conseguido, às vezes demasiado conseguido.» (pág. 18)
(...)
«Mas mesmo na Europa uma nova geração de cidadãos e políticos está cada vez mais esquecida da história: ironicamente, é o que acontece em especial nos países ex-comunistas da Europa Central, onde "construir o capitalismo" e "tornar-se rico" são as novas metas colectivas, enquanto a democracia é tida por garantida e até encarada em alguns quadrantes como um estorvo.» (pág. 31)
Tony Judt, O Século XX Esquecido - Lugares e Memórias, Edições 70
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