
As políticas modernistas da Esquerda tradicional constroem-se sobre a presunção de continuidades históricas, essencialmente a persistência de relações de exploração na produção capitalista e do potencial revolucionário da classe trabalhadora. Estas condições continuam a ser, em parte no presente, iguais ao que eram no passado. Mas esta revelação ou desmistificação diz-nos pouco mais de que o capitalismo todavia existe. Ainda que a crítica marxista mantenha uma intuição relevante no momento de ajudar-nos a compreender que hoje há mais do mesmo em relação ao passado, proporciona-nos muito menos profundidade no momento de ajudar-nos a entender – e a responder de uma forma efectiva – ao que hoje há de novo e diferente.