Na Idade Média, quando a sociedade era de produtores, vigorava um sistema social baseado na exploração da terra. Haviam aqueles que protegiam e exploravam os semi-servos que se refugiavam dentro das muralhas do castelo, sempre que o inimigo espreitava aquelas terras. O senhor feudal era o dono da terra e o senhor da guerra. Os semi-servos podiam cultivar a terra mediante o pagamento de um tributo, muitas vezes em géneros, uma grossa fatia da sua produção. Era um sistema fechado (num feudo) e estático, sem ascensão social: o filho do nobre, nobre seria e o do semi-servo tinha também o destino traçado. Eram poucos os homens livres – livres do pagamento do tributo e do jugo do senhor feudal.
Com a ascensão da burguesia e a difusão do capitalismo, o feudalismo morreu.
Hoje contudo ele surge, qual Fénix renascida, com novas roupagens. A sociedade já não é rural, é pós-industrial. Já não é uma sociedade de produtores, mas sim de consumidores. Se no passado o semi-servo pagava ao senhor feudal com parte da sua produção, hoje, como paga o consumidor aos novos senhores feudais?
O senhor feudal na Idade Média era o detentor da terra. O senhor feudal da Era Pós-moderna é o detentor do dinheiro.
No passado o semi-servo estava dependente da terra do senhor feudal. Hoje, o consumidor e o investidor estão dependentes do crédito que o banco, com usura, concede. O banqueiro é o novo senhor feudal e o juro é o tributo que lhe é pago, sempre que a prestação vence.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminar