No país com as maiores desigualdades sociais da União Europeia o governo “socialista” decide aumentar o IVA, um imposto indirecto e cego à condição socioeconómica de cada um: ricos e pobres pagarão exactamente o mesmo, independente da sua condição económica e social. Ora isto é uma grande injustiça e uma cobardia.
É uma injustiça porque cada um devia pagar imposto na mesma proporção da sua riqueza, ou seja os ricos deviam pagar mais e os pobres menos. É uma cobardia porque com tal medida os governantes não ousam enfrentar os poderosos e as elites. Além disso, esta medida política veda aos pobres o acesso a alguns bens de consumo mais comuns. Um euro na carteira de um rico tem um peso diferente de um euro na carteira de um pobre. Os nossos “socialistas” esqueceram-se deste facto.
Não aumentaram o IRC dos bancos para níveis iguais ao das demais empresas; não reorganizaram empresas públicas, como a CP, que tem um chefe para cada dezassete trabalhadores; não extinguiram institutos públicos cuja principal função é assegurar o sustento dos que lá foram instalados pelos seus influentes amigos, bem colocados na política ou nos quadros da administração pública. Nem ao menos aumentaram o IRS dos escalões mais elevados. Preferiram aumentar o IVA, mais uma vez.
É uma política cobarde porque sacrifica quem não tem poder reivindicativo: os reformados e os idosos, os desempregados, os beneficiários do rendimento social de inserção, as famílias numerosas, etc.
Realmente, é de dar os parabéns ao Partido “Socialista”, tão preocupado com o interesse nacional, como se o interesse nacional não fosse o interesse da maior parte dos portugueses.
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