Habito num mundo arruinado. As ruínas estão por toda a parte. Os muros esboroam-se. As noras, abandonadas na serra, aguardam. As eiras, vencidas pelas estevas, desaparecem. Por todo o lado restam os despojos de uma civilização desaparecida. Quando estes montes eram habitados…Ah! quando eram habitados...Os cântaros eram transportados à cabeça das camponesas.
Esse Algarve morreu. As suas gerações já abandonam a terra e abandonam-me no meio destas ruínas.
Partem os meus avós, partem os meus pais: fico cada vez mais pobre, cada vez mais só.
Por vezes também apetece partir. Tomar aquela ponte ali. Zarpar.
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