quinta-feira, outubro 13, 2011

De buraco em buraco até ao buraco final

Por que razão não estamos surpreendidos com estas políticas austeras, esta noite anunciadas pelo primeiro-ministro? Eles, os que agora nos governam, precisam sempre de arranjar mais buracos, buracos aos pinguinhos, para ir justificando o assalto persistente ao bolso de quem trabalha, mês após mês, ano após ano. Precisam criar uma situação de excepção para fazer leis de excepção, leis que vão contra as leis que, quotidianamente, têm enquadrado o funcionamento da nossa sociedade até aqui: suprimem o subsídio de férias e de Natal por dois anos, aumentam por decreto o horário de trabalho e baixam salários, tudo sem atender à concertação social, por exemplo. Uma paródia.

A situação de crise, que não foi criada por quem trabalha honestamente, mas sim por aqueles que especulam nos mercados bolsistas, serve agora para justificar tudo. E assim, escudados nos buracos que eles mesmos (governantes) criaram, através da gestão ruinosa da coisa pública, e nos ditames da troika, vão sendo mais troiquistas que a troika, e vão fazendo valer a sua agenda neoliberal, que nos vai conduzindo numa espiral de empobrecimento até ao horror económico e social.

Mas então, é agora, acreditam eles cegamente, agora é que a economia vai (qualquer caloiro de economia sabe aonde estas medidas governamentais nos irão conduzir). Mas enfim, preparemo-nos para o pior, aguardando que aconteça…o pior, porque é o pior que aí vem.

Esperem, oiço risos: parece que é Sócrates a rir, lá de Paris.

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