Obama e Cameron, ao recusarem a aplicação da Taxa Tobin – a tributação dos movimentos de capitais -, mostram, mais uma vez, a sua verdadeira face: a de servidores e testas de ferro de obscuros interesses financeiros antidemocráticos. Afinal a quem servem eles, na verdade? Não deveria ser a democracia? Contudo, parecem defender mais as organizações financeiras multinacionais e os patrões da alta finança do que os povos que os elegeram. Mais uma traição à democracia.
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Já em 2002, Ignacio Ramonet alertava (os destaques são nossos):
"Podem as sociedades democráticas, durante muito tempo, tolerar o intolerável? É urgente deitar grãos de areia nestes movimentos devastadores dos capitais. De três formas: supressão dos “paraísos fiscais”; aumento da fiscalidade sobre os rendimentos do capital; tributação das transacções financeiras.
(…)
A tributação dos lucros financeiros é uma exigência democrática mínima. Esses lucros deveriam ser tributados da mesma forma que os rendimentos do trabalho. Tal não acontece em nenhum lado, nomeadamente no seio da União Europeia.
A liberdade total de circulação de capitais desestabiliza a democracia. É por isso que importa implementar mecanismos dissuasivos. Um dele é a Taxa Tobin, assim chamado pelo nome do Prémio Nobel da Economia, o americano James Tobin que a propôs em 1972. Trata-se de tributar, de forma módica, todas as transacções no mercado de capitais para os estabilizar e, simultaneamente, para encontrar receitas para a comunidade internacional. À taxa de 0,1%, a Taxa Tobin conseguiria, num ano, qualquer coisa como 166 mil milhões de euros, duas vezes mais do que o total anual necessário para erradicar a extrema pobreza em cinco anos."
Ignacio Ramonet, Guerras do Século XXI, Campo das Letras. 2ª ed. 2003. pág. 106-107.
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Parece que o Presidente Cavaco Silva vai aos EUA encontrar-se com Obama: porque não tenta convencê-lo a abraçar a Taxa Tobin? (Eu sei, eu sei…é uma piada.)
Não sei se viu o meu post de ontem. No link insinua-se que administração Obama pede conselhos ao Vaticano e Bento XVI é o 5º mais poderoso, segundo a Forbes... Entretanto:
ResponderEliminar"Soubemos hoje em resposta ao nosso insistente questionamento ao Governo que o valor dos juros a pagar pelo País são de 34,4 mil milhões de euros. Repito, 34,4 mil milhões em 78 mil milhões de um empréstimo a que cinicamente chamam ajuda
Bento XVI, sendo o líder religioso do Catolicismo, não podia deixar de ser um homem poderoso. Tem o poder de tocar as consciências dos católicos e não só. Mesmo que não o quisesse, não o poderia evitar.O Catolicismo é mais do que um Estado. Há quem diga que a Igreja foi a primeira multinacional e que a Cruz alastrou aos lugares do planeta muito antes da MacDonald's o ter feito. Hoje, é sabido, as multinacionais são organizações poderosas, e muitas, mais poderosas do que muitos países.
ResponderEliminarNo caso das personalidades, julgo que o problema não é deterem o poder em si (poderosos haverão sempre), mas sim, o que fazem com ele. Como o canalizam: para a guerra ou para a paz?
Já os juros da dívida, são escandalosos.