Antonio Canova, Helena de Tróia, 1807, Museu de Copenhaga
Deste modo pois se sentavam na muralha os regentes dos Troianos.
Assim que viram Helena a avançar em direcção à muralha,
sussurram uns aos outros palavras apetrechadas de asas:
“Não é ignomínia que Troianos e Aqueus de belas cnémides
Assim que viram Helena a avançar em direcção à muralha,
sussurram uns aos outros palavras apetrechadas de asas:
“Não é ignomínia que Troianos e Aqueus de belas cnémides
sofram durante tanto tempo dores
por causa de uma mulher destas!
Maravilhosamente se assemelha ela
às deusas imortais.
Mas apesar de ela ser quem é, que
regresse nas naus;
que aqui não fique como flagelo
para nós e nossos filhos!”
Assim falaram. Mas Príamo com sua
voz chamou Helena.
“Chega aqui querida filha, e
senta-te a meu lado,
para veres o teu primeiro marido,
teus parentes e teu povo –
pois no meu entender não tens
culpa, mas têm-na os deuses,
que lançaram contra mim a guerra
cheia de lágrimas dos Aqueus
Homero, Ilíada, III, vv. 153 - 165