sábado, julho 07, 2012

O acórdão do TC e a austeridade


O acórdão do Tribunal Constitucional não podia ter vindo em melhor hora para Pedro Passos Coelho (PPC) e o seu Governo. Acaba por servir como mais um amparo à tomada de decisões de austeridade que por certo já estavam a ser ponderadas face ao novo e ampliado buraco orçamental. (Já antes tínhamos dito aqui - naquela noite de 13 de Outubro de 2011 de má memória - que iríamos caminhar de buraco em buraco até ao buraco final. Parece que se confirma.)

Na verdade, neste momento a Constituição é apenas um papel pintado com tinta. Não admira que PPC e os seus tenham deixado de falar na necessidade de proceder a alterações à Constituição. Afinal, nem sequer é preciso, pois há muito que deixou de ser respeitada, e principalmente pelos que tinham por missão a sua salvaguarda.

Os acordos com quem trabalha e com os pensionistas (os direitos sociais e laborais) foram prontamente rasgados e desrespeitados, dada a “situação de grave e extrema emergência financeira" (Acórdão do TC n.º 353/2012), mas a renegociação e anulação dos acordos ruinosos com as parcerias público-privadas (PPP), por exemplo, foram deixadas para as calendas gregas.

Eles que continuem a minar a maioria da sua própria base eleitoral – a classe média, que empobrece – que acabarão por cair com estrondo. É uma questão de tempo. A não ser que - e é o mais provável - antes saiam "de fininho", dada a sua manifesta incompetência.

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