“A Islândia é um país curioso.
Depois da falência dos bancos e do crescimento galopante do desemprego, da
recessão e da dívida, levou menos de três anos a voltar à prosperidade, com um cocktail de medidas certas, esforço e
bom senso.
A Islândia é um país curioso. Não
há receio em levar a tribunal os políticos suspeitos de transgressões graves ou
desastrosas.
(…)
Sondagens feitas no país mostram
que os islandeses pretendiam sobretudo, que o julgamento servisse para duas
coisas: como aviso aos políticos, para que não entendessem que só estavam
sujeitos ao juízo das urnas, sempre impreciso nas sanções, e para que se
expusesse a verdade sobre a falência de todos os grandes bancos nacionais, num
curto espaço de tempo, sem alertas nem preparação.
(…)
Em suma, cada povo deve encontrar
o seu caminho para a Islândia. Pode levar tempo. Mas é inevitável. Não se trata
de pedir culpados à história, mas de evitar que o mal se repita. E de fazer justiça.
A temporária, provisória, imperfeita, mas necessária justiça dos homens. “
Nuno Rogeiro (2013), A Corda do Enforcado, Análise Política
das Críses (2017 -2013), D. Quixote, pp. 186, 187 e 188. (destaques nossos)
Palavras hoje lidas, do insuspeito
“libertário já idoso, nacionalista, revolucionário, católico e republicano”
Nuno Rogeiro.
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