"O que torna assustador o processo histórico é o facto
de passar despercebido aos que o estão viver."
Clara Ferreira Alves, “O
Ovo da Serpente”, Revista, Expresso, 06
de Julho de 2013
Há quem se aperceba que está a
viver um momento histórico quando o vive, mas um momento não é um processo (Clara
Ferreira Alves di-lo na sua crónica). Um processo histórico integra momentos históricos.
Os egípcios da Praça Tahrir ou os astronautas da Apolo 11, por exemplo, sabem
e sabiam que estavam a viver momentos históricos, ou, como se diz, estavam a “fazer
história”. Mas os festivos egípcios da Praça Tahrir talvez não se apercebam do
quão o seu país está próximo de uma guerra civil ou da subida do preço do
petróleo nos mercados internacionais e das suas implicações, devido, em grande parte, às suas
manifestações.
***
Depois de ler muitas obras de
historiadores concluo que a história contada é sempre distorcida pela visão do
historiador. Trata-se de um problema genético da História. Heródoto, o pai da
História, escreveu as suas Histórias para
glorificar os feitos dos gregos. Desde então não há historiador que não puxe a
brasa à sua sardinha.
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