Vitória. Foi-se a troika, vitória. Somos livres e soberanos outra vez. Hurra.
Ficou a dívida pública, colossal. Ficaram
as sobretaxas nos vencimentos. Ficaram os impostos, enormemente aumentados, e as “poupanças” do Governo sempre
a realizar, qual espada de Dâmocles insegura a pairar. Ficaram as obras por acabar, os
estaleiros a enferrujar, as escolas por intervencionar, os desempregados por
ocupar, os pobres por recuperar, os desgraçados por salvar. E a sábia juventude, desempregada, a emigrar.
E as auto-estradas, todas portajadas, vazias e arejadas…
Ah, país! Ah, que bela destruição criativa!
E tiveram todo o cuidado em tocar cirurgicamente nos
impostos: desceram o IRC dos patrões, mas subiram o IVA, mais uma vez, e a TSU dos trabalhadores (disseram
que não subiram, mas ameaçam voltar a subir, se o Tribunal Constitucional não colaborar, na traição à Constituição), concederam mil perdões fiscais a milionários magistrais e vistos
dourados a ricos orientais.
Enfim, é demais!
Foi-se a troika, dizem, mas continuamos a ser "ajustados".
Foi-se a troika, mas a troika continua por cá.
Foi-se a troika, mas a troika continua por cá.