Lido hoje no Público:
“Uma das tendências internacionais dos últimos anos (e décadas) foi a
diminuição da carga fiscal sobre as empresas. Não só se reduziram as taxas de
impostos sobre o rendimento das empresas como, por via de acordos internacionais
e directivas europeias, se criaram mecanismos que permitiram a redução dos
impostos.”
Ricardo Cabral, Público, 18 de Outubro, pág.51.
Há dias emiti um comentário n' O Insurgente a um post que punha em
questão a ideia de estarmos a viver numa época de “[Neo]Liberalismo” - para
estes “Testemunhas de Jeová” do liberalismo, fundamentalistas do laisser faire, laisser passer, o termo “neoliberalismo” é impronunciável, é
um “vai de retro Satanás”, daí escreverem o prefixo entre aspas, ou entre
parêntesis, ou, neste caso, entre colchetes -, na medida em que os impostos
cobrados eram maiores que nunca, ilustrando com um gráfico esse aumento.
Acontece porém que se esqueceram do
facto de que existem impostos e impostos, e que, não obstante, no seu conjunto,
os impostos tenham aumentado, os que recaem sobre os lucros das empresas, ao
invés, têm diminuído, como salienta Ricardo Cabral.
As grandes fortunas, fugidias,
foram contempladas por este governo com um perdão fiscal, é bom não esquecer. O
IRC é o único imposto que tem diminuído, assim como a TSU. Os impostos sobre os
lucros dos bancos e sobre as transacções financeiras (a que me referi como
impostos sobre o capital) são irrisórios.
O colossal aumento dos impostos
recai principalmente sobre os rendimentos do trabalho.
***
Entrar n’ O Insurgente para
colocar uma objecção ou uma crítica às ideias daquela gente é como entrar numa
congregação de Testemunhas de Jeová para os tentar convencer acerca do erro em
que incorrem ao fazerem uma interpretação literal da Bíblia. Aquela gente está
cega pela crença ideológica. Só vêem o que querem ver. É uma questão de Fé e
não de Razão.