O desaparecimento da política é um dos aspectos mais salientes do
pensamento moderno e tem muito a ver com a nossa prática política. A política
tende a desaparecer quer no subpolítico (economia) quer no que se clama ser
mais elevado do que a política (a cultura) – ambos dando azo à arte arquitectónica,
à prudência do homem de estado.
Allan
Bloom, A Cultura Inculta, 2ª ed., Europa-América, 1989, pág. 184
Sagaz, Allan Bloom notava em 1987
uma tendência que marcava a América e que entretanto alastrou ao planeta
inteiro: trata-se do desaparecimento da política. A economia venceu ao ponto de
dominar toda a esfera política. Esta actualmente reduz-se apenas à economia e à
finança, que tudo condicionam. O crescimento económico passou a ser o desígnio
universal e único - não há país no mundo que não o ambicione.
Já não vivemos num
período democrático. A liberdade dos povos para escolher caminhos deixou de
existir. Já só existe o caminho assinalado
pela economia e pela finança. Vivemos tempos de ditadura económica e
financeira. Se não acreditam, perguntem aos actuais gregos.
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