No Conselho da Diáspora
Portuguesa, Cavaco Silva sublinhou que o pragmatismo tem dominado as decisões
dos governos da União Europeia face a uma realidade que se impõe às governações
ideológicas. Na verdade trata-se de uma realidade que se impõe à própria
democracia. O “pragmatismo” de que fala o presidente faz lembrar o do presidente
Benes que, em 1938, para poupar o seu povo à guerra e ao sofrimento, foi forçado
a ser pragmático ao ter de abrir as fronteiras da Checoslováquia à invasão dos nazis.
O “pragmatismo” de
que fala Cavaco Silva é a única escolha que resta aos governos da União
Europeia face ao poder avassalador dos mercados. E ai do governo que rejeite
esse “pragmatismo”. Será forçado a ser "pragmático". Até os mais rebeldes, como o
governo grego liderado por Tsipras, tiveram de atalhar caminho, aprendendo
rapidamente a serem “pragmáticos”. Hoje a democracia na Europa está ferida. Às
democracias europeias e aos povos da Europa resta apenas o “pragmatismo” da
ideologia do mercado, o único caminho, a única via, a única alternativa. Outros
poderes se erguem já, na determinação do destino dos povos, que não obedecem à
sua livre escolha democrática. Poderes que alguns divinizam, mas que estão
longe de ser divinos.
Sem comentários:
Enviar um comentário