Os livros lidos possuem um valor largamente inferior aos não lidos. A biblioteca deve conter tanto daquilo que não sabemos quanto os nossos meios financeiros, as taxas de juro do crédito à habitação e o mercado imobiliário, com as dificuldades que actualmente nos coloca, nos permitirem. Acumulamos mais conhecimento e mais livros à medida que envelhecemos e o crescente número de livros não lidos nas prateleiras observar-nos-à de forma ameaçadora. Na verdade, quanto mais sabemos, mais extensas são as filas de livros por ler. Chamemos a esta colecção de livros não lidos antibiblioteca.
Nicholas Taleb, O Cisne Negro, Dom Quixote, 2008, pág. 29
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O livro de Nicholas Taleb encontra-se agora em processo de desvalorização. Acabou de abandonar a antibiblioteca e será integrado em breve na biblioteca.
A acumulação de livros não lidos nas prateleiras é proporcional ao tempo que passa, à curiosidade, à insaciável sede de saber, e, pior do que tudo, ao consumismo infrene.